A tão aguardada season finale de Game of Thrones chegou! S07E07 – The Dragon and the Wolf é o último capítulo dessa complicada temporada.

Vou falar das minhas impressões sobre o capítulo e ao concluir levarei em consideração toda a temporada.

Aviso de antemão que não pretendo me apegar aos problemas de que já citei em posts anteriores como por exemplo, a velocidade de viagem da série.

As idas e vindas em Westeros já estão mais do que provadas como funcionam e, tanto o público quanto eu,  já temos um posicionamento a respeito delas.

Alguns aceitam, outros não.

Como não aceito muito bem (com exceção do ótimo episódio S07E04 – Spoils of War) e já deixei clara minha opinião nos posts passados, vou ignorar na medida do possível críticas sobre tal problemática.

O episódio começa às portas de Porto Real.

Começamos com Verme Cinzento e os Imaculados firmes e fortes aguardando ordens. A trilha é sonora perfeita. As imagens, sensacionais. Você vê a movimentação nas muralhas e fica empolgado,  esperando para ver o desenrolar da situação.

1000 barris de piche preparados para uma possível batalha. Isso demonstra que Bronn e Jaime, ou seja, a força militar do Trono de Ferro está preparada para um possível ataque.

Pena que não tivemos nenhum embate de exércitos nesse episódio, mas serviu apenas para mostrar poder militar.

Seguindo o episódio vemos Tyrion, Davos, Jon e Cão seguindo em direção à Porto Real de barco.

Isso leva a crer que Jon foi à Pedra do Dragão e agora, com Tyrion, segue para a reunião com Cersei.

A caminhada até o Fosso dos Dragões trouxe reencontros interessantes. Um deles, o que eu estava mais empolgado para ver, era o de Cão e Brienne.

Falaram um pouco sobre a luta entre eles e depois sobre Arya. Acho que aqui fecha a trama entre eles e possivelmente lutarão juntos contra os Outros.

Depois temos Pod, Bronn e Tyrion também é um reencontro muito esperado. Um trio que me fez lembrar de momentos de temporadas anteriores.

Cada um evoluiu bem como personagem. Pod escudeiro de Brienne, Bronn ao lado do principal agente militar do Trono de Ferro, e Tyrion como Mão da mãe de Dragões.

Gostei de ver que o mercenário e anão ainda guardam bons sentimentos um pelo outro.

A reunião marcada no Fosso do Dragão nos dá a oportunidade de vermos um pouco mais de Westeros.

O Fosso é um local muito conhecido pelos leitores.

Achei sensacional o modo como ele foi apresentado, lembrando um pouco das arenas romanas, ainda que eu imaginasse ele diferente.

As minhas passagens favoritas falam sobre a “batalha” que causou a destruição do lugar.

“Parcialmente cega e enlouquecida por uma dúzia de ferimentos menores, Dreamfyre abriu as asas e voou diretamente para a grande cúpula acima, numa última tentativa desesperada de chegar ao céu aberto. Já enfraquecida por rajadas de fogo de dragão, a cúpula se partiu com a força do impacto e um momento depois despencou, esmagando dragoa e matadores de dragão sob toneladas de pedra partida e entulho.
A Invasão do Fosso dos Dragões terminara. Quatro dos dragões Targaryen estavam mortos, embora a um custo hediondo. Mas a dragoa da própria Rainha estava viva e livre… E, quando os sobreviventes queimados e ensanguentados da carnificina no fosso saíam cambaleando das ruínas fumegantes, Syrax se lançou do alto sobre eles.
Mil guinchos e gritos ecoaram pela cidade, se fundindo ao rugido da dragoa. No alto da Colina de Rhaenys, o Fosso dos Dragões tinha uma coroa de fogo amarelo, queimando tão brilhante que parecia o sol nascendo. ” Mulheres Perigosas – A Princesa e a Rainha ou  os “Negros”e os “Verdes”.

“ASSALTO AO FOSSO DOS DRAGÕES, que não foi uma batalha verdadeira, mas na qual uma multidão incontrolável, sob a liderança de um homem conhecido como o Pastor, foi à loucura. Resultou na morte de cinco dragões; nas perdas tanto de Sor Willum Royce quanto da espada valiriana Lamentação, que ele empunhava; e nas mortes de Sor Glendon Goode, que foi Senhor Comandante da Guarda da Rainha por um dia, e de Joffrey, príncipe de Pedra do Dragão”. O Mundo de Gelo e Fogo

A tensão passada nessa cena foi sensacional. A chegada de Cersei Lannister trouxe um medo que eu tinha esquecido de sentir na série. Uma sensação de não sabe o que poderia acontecer. Isso me deixou tenso.

O encontro dos irmãos Clegane não foi o que ninguém esperava. Faz sentido ambos não lutarem, uma vez que nem sentido faria uma luta ali.

Cão diz “Você sabe o que está vindo. Você sempre soube” e depois segue para buscar o zumbi.

Talvez tenha parecido confuso isso, mas entendi que o Cão quis dizer que sor Gregor morrerá pelas suas mãos em algum momento, por isso ainda está “vivo”.

Daenerys finalmente pisa em Porto Real, descendo no Fosso dos Dragões. Acho que a escolha pelo lugar foi mostrar essa entrada triunfal. Como ela chegaria de dragão na Sala do Trono?

As armaduras da Guarda Real, todas negras para mostrar que Cersei está de luto foi um detalhe fantástico, que só percebi agora.

Tyrion conviveu com a maioria das pessoas ali presentes, e vê-lo agindo como mediador é um dos pontos altos do episódio. Ele sabe da mágoa de Cersei, sabe da postura inflexível de Daenerys, e sabe que pode contar com Jaime.

A apresentação do zumbi atingiu seu objetivo. Eu havia achado que Cersei nem se impressionaria, mas deu para ver o medo em seu rosto. Dificilmente alguém não ficaria com medo ao ver uma criatura daquela correndo em sua direção.

Gostei da curiosidade de Qyburn. O meistre expulso da cidadela por suas estranhas experiências realmente ficou empolgado ao ver uma criatura revivida pelo poder dos Caminhantes Brancos.

Aqui um problema que não consigo deixar de comentar novamente. A motivação de personagens.

Tivemos que testemunhar Jon Snow, por 4 episódios, dizendo que não iria se ajoelhar, pois o Norte confiava nele. Mas tudo bem, pois depois ele decide se ajoelhar.

Ouvimos dele também que só agiria em prol da guerra contra os Caminhantes Brancos pois esse é “o único e verdadeiro mal”.

Até aqui, tudo bem.

E quando ele consegue tudo o que quer? E quando ele tem vidro de Dragão, dragões que cospem fogo, trégua entre os Reinos…

O que Jon Snow faz?

Faz isso aí que todos vimos.

Não dá para acreditar e por isso usarei palavras do próprio Jon para justificar meu ponto de vista.

Palavras essas usadas nesse mesmo episódio, capazes de contradizer tal postura.

“Só uma guerra importa. A Grande Guerra. E ela chegou“.

O cara me diz isso 10 segundos atrás e então toma uma postura que vai contra essa tal “guerra que importa“.

Enfim… É isso que temos da série. Personagens que não conseguem agir de forma coerente, dentro de sua própria essência. Não conseguem agir coerentemente entre um episódio e outro.

E olha que nem vou citar a péssima atuação de Kit Harrington em toda a temporada, ao decidir olhar para o chão e fazer cara de choro sempre que alguém fala com ele.

Depois temos Brienne que não fez muito sentido.

Ao que parece decidiu jogar fora toda sua postura a respeito de lealdade. Seria impossível ela dizer o que disse? Não, seria claramente possível.

Lealdade é um conceito complexo dentro do jogo dos tronos e se adaptar à isso é ser esperto.

Porém, o questionamento à respeito da lealdade foi feito de qualquer jeito claramente para conectá-la à Jaime na próxima temporada.

Pois o incômodo de Brienne deveria ser dirigido à postura de Jon, não à postura de Cersei.

Mas tudo isso serviu para termos uma cena muito esperada. Finalmente Tyrion e Cersei se reencontram e acabam falando sobre Tywin, Myrcella e Tommen.

No fundo, Cersei sabe que seu irmão anão amava seus filhos e isso me fez lembrar a cena da família Lannister em Winterfell, onde Tryion diz que vai visitar a Muralha.

Cersei continua uma ótima jogadora ao que tudo indica. Fingiu se preocupar com o filho que está chegando, para fazer Tyrion acreditar em seu novo posicionamento.

Então, voltamos para o Fosso dos Dragões, volta a comitiva da Rainha-Mãe e… pronto.  A paz reina em Westeros.

Agora em Winterfell, temos uma conversa entre Mindinho e Sansa.

Os leitores assíduos do Drunkwookie sabem que sou muito fã de Petyr Baelish.

Com Mindinho ainda conseguindo enganar Sansa, imaginei que teríamos algum momento em que ela perceberia suas tramóias e assim o deixaria exposto, e acabaria com ele. Isso aconteceu, mas não dessa forma. Falarei mais a frente.

Voltamos para  Pedra do Dragão, mais especificamente na Câmara da Mesa Pintada.

Ali todos discutem  uma estratégia para chegar ao Norte. De um lado existe o pró-barco para não assustar os Nortenhos, do outro o pró-voo de dragão. Eu não entendi o motivo, mas imaginei se não seria apenas Jorah tentando afastar sua Khaleesi de Jon, e Jon tentando aproxima-lá dele, dentro do barco?

Prefiro pensar que foi uma estratégia militar que eu nào consegui entender.

Faz mais sentido em uma série como Game of Thrones. Se não for isso, preciso concordar com Bronn e Jaime no início desse episódio.

“Talvez tudo se resuma a pinto mesmo”.

Depois vemos Theon e Jon Snow tendo um diálogo longo, bem tenso, com intenção de ser bem emotivo, mas que não leva a lugar algum.

E se você era um espectador que odiava Theon, Jon o perdoou e até encontrou traços de Ned Stark no filho de Balon Greyjoy.  Parece que tudo estará  bem entre as Casas Stark e Greyjoy no futuro e caminha para uma grande luta entre o Bem e o Mal.

Perdoado por Jon, agora Theon deve seguir sozinho para salvar a própria irmã. Irmã essa que jurou lealdade à Daenerys Targaryen e estava seguindo suas ordens quando foi feita prisioneira. Mas como Tyrion disse, é necessário discutir os assuntos mais importantes.

Os Greyjoy nunca tiveram a importância que mereciam, não seria agora que passariam a ter.

Sendo assim, teremos na próxima temporada um núcleo separado do núcleo principal. Veremos Theon Greyjoy, com sua dúzia de guerreiros navegando para salvar Yara Greyjoy das mãos de Euron.

A condição de eunuco de Theon mostrou a ele que talvez ainda exista um guerreiro escondido dentro de si. Mesmo sendo esfolado várias vezes, perdendo no processo de tortura um pouco de pele, de dedos e a genitália, ele ainda foi capaz de derrubar um homem de ferro.

E aqui um dos momentos que a HBO adora. Chocar o espectador!

Sansa julgando Arya, mas na verdade PLOT TWIST! Era Mindinho o tempo todo.

Que Mindinho estava fadado à morte, isso era um pouco óbvio. Mas os contornos de novela mexicana que a série deu à esse final do personagem, foi realmente triste.

Prova alguma foi apresentada a respeito da traição de Petyr, mas se considerarmos todo o desenrolar da cena, nem precisaria.

Ele praticamente assumiu todas as traições que cometeu desde a primeira temporada, pautando suas decisões no amor que sentia por Sansa.

Algo que eu temia, aconteceu. E isso tirou todo o mérito que Sansa deveria ter tido.

Bran Stark voltou ao passado, descobriu todas as mentiras de Mindinho e revelou tudo à Sansa: A morte de Jon Arryn, a traição à Ned Stark, e muito mais.

Os nortenhos assistiram à tudo, impassíveis.  Até as frases que Mindinho disse na primeira temporada foram repetidas.

Sempre apostei que Sansa deveria ter evoluído com tudo o que aprendeu.  Porém, não foi bem assim. Ela acabou tendo que ouvir do irmão as traições do Mindinho e ainda foi sua irmã que cumpriu a sentença.

O homem que decreta a sentença deve brandir a espada. Olhe-a nos olhos antes de matá-la. Observe suas lágrimas, escute suas últimas palavras. Pelo menos isso você lhe deve. A Guerra dos Tronos

Sansa Stark foi a personagem mais mal aproveitada de toda a série, pois diferente do que foi feito (ou tentaram fazer) com todos os outros irmãos Stark, os produtores nem tentaram fazer com que ela se tornassem alguém melhor.

Infelizmente, Sansa não tem mais papel dentro da trama. Seu grande momento foi ofuscado pelos irmãos e agora com certeza a Lady de Winterfell ficará de lado, até que Jon e Daenerys reinem em Westeros e a nomeie como Protetora do Norte.

É uma pena que a personagem sofreu tanto para não conseguir resolver nenhum conflito por si só.

Como havia dito, com Bran podendo saber de tudo que acontece e já aconteceu, as tramas políticas de Game of Thrones perdem o sentido de existirem, uma vez que existe alguém onipresente por toda Westeros.

Ainda fica a dúvida, Arya esqueceu a carta de Sansa? Elas voltaram a ser amigas? Acho que não importa mais.

Ao menos nisso a série conseguiu se clara.

A próxima temporada só importará a grande batalha contra os Caminhantes Brancos.

Outro momento de incômodo foi a última conversa de Cersei e Jaime.

Assentir com a cabeça faz com que Sor Gregor mate ou não?

Ou foi apenas para chocar o espectador?

Eu realmente achei que Jaime seria atacado por Sor Gregor. Ele sacou a espada, Cersei disse sim com a cabeça….

Porém… Nada aconteceu.

Mas é claro que todos nós ficamos com medo por um momento.

Acho difícil Jaime matar sua irmã nos próximos seis episódios agora que seguirá para o Norte e fará par romântico com Brienne.

Entretanto, Jaime Lannister é um dos melhores personagens da série. A evolução que o personagem teve, aprendendo com todas as situações que lhe foram impostas, é sensacional.

No início era arrogante e cego de amor, mudou sua postura quando perdeu a mão, depois se entregou à paixão pela irmã novamente e se aliou a ela ao perder os filhos. Agora vendo o destino do  Reino e a loucura de Cersei, novamente evolui e toma um novo caminho.

Jaime Lannister e Cão de Caça se tornaram os melhores personagens da série.

Agora em Winterfell temos Sam e Bran Stark. Aqui temos um pouco mais de informação sobre os poderes de Bran. Ele pode ver TODO o passado e o presente.

O que já havia sido citado na série ficou de forma bem didática apresentada ao público. Pena que isso não foi dito ao Jon. Ou seja, teremos mais uma cena tratando sobre os pais de Jon Snow.

Pena que essa revelação deveria ter mais tempo de tela do que a conversa de Theon e Jon. Um momento tão esperado foi revelado de forma tão rápida e monótona.

O que me chamou atenção foi Bran dizer que ele é o legítimo herdeiro. Seria possível tirarem a pretensão de Daenerys e darem à Jon?  Vamos ver na próxima temporada como essa frase será abordada, ou se será abordada.

Ao menos, agora a teoria está comprovada. Jon Snow é filho de Rhaegar e Lyanna e não é um bastardo, mas sim um legítimo Targaryen, chamado Aegon.

E enquanto Sam e Bran falam sobre Rhaegar e Lyanna, vemos Jon e Daenerys juntos na cabine do navio. Tia e sobrinho unindo duas grandes Casas.

O que me intrigou foi ver Tyrion olhando para a porta do quarto onde ambos estavam com um estranho olhar.

Eu torço para que haja algo naquela conversa dele com Cersei Lannister. Por que quero que ainda haja tramas políticas na série.

E ao final do episódio, tivemos finalmente a queda da muralha.

Nada de rampas, nada de volta no mar. Apenas a queda da grande muralha cheia de feitiços criadas à milhares de anos atrás.

A cena é linda! O Fogo azul causando danos massivos na Muralha foi bem empolgante. Na tela isso funcionou muito bem. Aqui faço questão de sucitar algo. Depois da comprovação de um dragão de gelo, agora temos a certeza que o dragão derruba a Muralha.

Sendo assim, entendo que acertei mais de 70% do que aconteceria com a minha teoria. Os outros 30% se deve ao fato do dragão estar dentro da Muralha, e ao ser acordado, destruiria a barreira que impede os Outros de chegarem à Westeros.

Muitos disseram que não faria sentido um dragão dentro da Muralha. Mas vendo o episódio, vejo que faz menos sentido perceber que todo um exército rumou para a Muralha esperando um milagre (na forma de dragão) aparecer, para só assim, conseguir derrubar a Muralha.

A dúvida que fica é: Como eles derrubariam a Muralha se Daenerys não fosse para o Norte?

Conclusão

Uma péssima season finale, para um temporada bem ruim.

Essa temporada me mostrou que tudo pode acontecer.

Qualquer coisa pode acontecer, de qualquer jeito.

E se qualquer coisa pode acontecer, por que perder tempo com detalhes?

Se na obra de Martin não devemos nos apegar aos personagens porque eles morrem, na obra da HBO não devemos nos apegar ao episódio anterior.

Os episódios dessa temporada são independentes e não se conectam com os episódios anteriores. Jon Snow agiu de forma diferente em cada um dos 7 episódios. Arya era uma pessoa diferente a cada episódio.

Poucos foram os personagens que mantiveram sua essência no decorrer da temporada, e isso causa grande frustração.

A HBO parece dizer: Olhem para frente! Olhe para o próximo plot twist, olhem para o próximo momento “PQP!”! Esqueça o que passou, veja nossos efeitos especiais!

Essa temporada foi decepcionante, pois tinha um potencial incrível, uma vez que podia contar uma boa história, partindo por um caminho nunca antes trilhado.

Porém, eles se perderam. Confesso que queria ter gostado mais da série. Sempre foi minha série favorita, mas não consegui.

Ao menos fico feliz de ter visto uma batalha épica com Drogon queimando exércitos inteiros. Fico feliz em ter visto a Muralha caindo.

Fico feliz também acertado que algumas coisas dentro da história.

Acertei a morte dos Frey, acertei que não teríamos uma Missandei espiã, acertei que não teríamos veneno na flecha de Qyburn e acertei que teríamos um dragão de gelo derrubando a grande Muralha.

Agora é esperar pelos “Ventos do Inverno”, dessa vez soprados por G. R. R. Martin.