Irmãs e Irmãos Juramentados, estamos chegando ao fim da 7 Season.

 A pergunta que fica no ar é: teremos uma season finale épica?

É sobre isso que vamos falar hoje.

É provável que essa resenha seja diferente das outras. Há um questionamento maior sobre as cenas mostradas, mas isso é resultado de conclusões até o momento e que não puderam esperar até o último episódio.

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Estamos no Norte, com uma comitiva de 10 (guardem bem esse número) homens seguindo para o desconhecido a fim de levar a cabo a ideia de Tyrion: Capturarem um zumbi para provar a Cersei que existe uma terrível ameaça no Norte.

O lugar é lindo e me fez relembrar os momentos de Jon Snow com os Selvagens, lá na segunda temporada.

Se pararmos para pensar friamente, Jon ainda tem grande influência sobre a Muralha, como se nunca tivesse deixado de ser Lorde Comandante.  Ele pode transitar livremente de um lado à outro da Muralha tranquilamente.

Porém, essa inconsistência é menor dos problemas. Podemos dizer que é uma simples “conveniência” para fluir a narrativa.

Gostei dos diálogos entre Gendry, Cão, Dondarrion, Thoros e também do diálogo entre Jon e Jorah (fico feliz de que foi citada a espada do Lorde Comandante Mormont).

Quando Jorah diz que a espada deve ficar com Jon para ser passado aos seus filhos, senti uma pontada de amargura. Será que Jorah já percebeu que Jon e Daenerys ficarão juntos?

Enfim, a caminhada até os Caminhantes Brancos foi bem interessante. Todos ali usaram a caminhada para conversar e se conhecerem um pouco mais.

Depois vamos para Winterfell.

Agora, próximo do final da temporada, posso dizer com certeza: Esse foi o pior núcleo da temporada.

Lento, enrolado, confuso. Foram 3 episódios de nortenhos bradando sobre as decisões de Jon, enquanto o cara já viajou Westeros de ponta a ponta.

Arya e Sansa se desentendendo a cada episódio, mas sem evolução alguma na situação de ambas. As frases deixadas no ar e atitudes sem nexo para finalizar a conversa confundem ao invés de elucidar algo.

E as doses de nostalgia que me animaram nos primeiros episódios, me incomodam agora.

Estamos tão perto do final e percebemos que Arya não evoluiu absolutamente nada como personagem. Ou melhor, ela só se mostra evoluída quando os roteiristas querem.

Quando você acha que ela evoluiu, a vemos se portando como uma criança mimada. Ou seja, toda a trajetória de Arya me pareceu um grande engodo e o que sobra de todas viagens por Westeros, treinamento em Bravos, é uma criança mimada com habilidades de assassina, que até o momento não foi atrás de cumprir sua lista, sabe-se lá porquê.

Se ela consegue “ler” mentiras e verdades no rosto dos outros, porque não entendeu a posição delicada que sua irmã estava enfrentando em Porto Real?

Só espero que Sansa Stark tenha o desenvolvimento que mereça e descubra, por si só, os planos de Mindinho.

Essa seria a evolução lógica para a personagem que sofreu tanto e agora precisa mostrar que aprendeu com os erros e os sofrimentos, para nunca mais ser enganada.

Voltamos ao Norte da Muralha para acompanhar a comitiva de 12 homens (sim, de dez homens incialmente, vamos para 12), sendo composta de 7 personagens conhecidos e 5 figurantes.

Tormund e Cão falando sobre Brienne é muito engraçado, serve muito bem para nos fazer esquecer que estão seguindo em busca de um zumbi.

A posição de Jon a respeito de R’hllor é interessante. Mesmo tendo sido revivido, ele consegue deixar de lado qualquer possibilidade de seguir cegamente o Senhor da Luz.

Em Pedra do Dragão mais elementos são suscitados para unir Daenerys e Jon Snow.

Esse é o Tyrion que eu sempre gostei. Pensando no futuro de Westeros, sendo altruísta de uma forma consciente.

Ele pensa não só no que poderá fazer enquanto estiver vivo, mas pensa no futuro do Reino depois que morrer.

De volta ao Norte, nossos personagens se deparam com uma nevasca. Quando vi o urso das neves zumbi não pude deixar de lamentar.

Queria ter visto Varamyr-Seis-Peles montado numa ursa-das-neves, lá na terceira temporada.

Porém, ver um urso foi sensacional de qualquer forma.

Um batedor morre, mas quando o grupo se une com armas em punho, formando um circulo de defesa, ainda temos 12 homens.

Pelas minhas contas, três figurantes foram pro saco nesse embate.

Fiquei incomodado com isso, mas mal sabia eu que essas inconsistências numéricas me incomodariam ainda mais até o final do episódio.

Em Winterfell, Mindinho e Sansa conversam sobre Arya. Esperei por toda a temporada para ver as maquinações de Mindinho novamente, mas confesso que não me empolguei com os diálogos aqui.

De volta ao Norte da Muralha Jorah e Thoros conversam e há uma citação interessante a respeito do passado de Thoros de Myr. Isso foi citado pela primeira vez no livro A Guerra dos Tronos.

As moças rebentaram em risinhos ao ver o sacerdote guerreiro Thoros de Myr, com sua larga toga vermelha e a cabeça raspada, até que a septã lhes contou que tinha uma vez escalado as muralhas de Pyke com uma espada em chamas na mão. A Guerra dos Tronos, capítulo 29 – Sansa II.

Depois de muito andar, a comitiva encontra um Caminhante Branco e seu exército de mortos. A partir daqui, eu classifico o episódio como uma sucessão de “conveniências”.

Um fato curioso é que com a morte de um Caminhante Branco os corpos reanimados por ele também caem.

Logo a batalha passa, ao meu ver, a ser um bem mais fácil. Basta matar a meia dúzia de Caminhantes Brancos que existem para a paz volta a reinar em Westeros.

Jon Snow matou um em Durolar e eu não me lembro e ter visto um decréscimo nos exércitos.

Coincidentemente, um único zumbi não desmonta com a morte o Caminhante Branco. Que bom que nossos heróis precisava de apenas um único zumbi.

Agora vemos Gendry correndo para buscar ajuda.

Sim, Gendry vai correr de volta à Muralha para solicitar ajuda. Gendry, o ferreiro que passou a ser maratonista, um homem que nunca viu neve, (o que dirá estar acostumado com tamanho frio) voltará para a Muralha para solicitar auxílio.

Levar um corvo na gaiola seria uma ideia simples e satisfatória, e ainda melhor se Bran entrasse na pele do animal no meio do caminho, para guiá-lo de maneira mais rápida e segura.

Mas não importa.

Devemos nos alegrar ao saber que Gendry não está de barco, ou seja, não demorará 3 temporadas para chegar ao seu destino.

Ironia e sarcasmo à parte, ver que defendi com todos argumentos o cuidado com a passagem de tempo mostrada no episódio S07E04, me entristece.

Os episódios não conversam entre si nessa temporada e parece que cada um correu para um lado.

Nesse episódio,  a série menospreza a inteligência do espectador.

Nossos heróis estão cercados de zumbis, que se detiveram, convenientemente, por causa da água.  Nada melhor do que um motivo (esdrúxulo) para aguardar o salvamento que virá dos céus.

Aqui você já entende o que veremos no decorrer desse episódio com um roteiro tão preguiçoso.

Os zumbis seguiam para a Muralha, mas optaram por aguardar o lago congelar e matar uma dúzia de pessoas.

Daenerys segue para a Muralha, e dessa vez, convenientemente com seus três dragões. Gostei de vê-la com uma roupa que me lembrou das citações de Martin que fala sobre Rainha Alysanne e seu dragão Asaprata.

A roupa com um aspecto prateado me fez pensar se não era uma referência à essa passagem da história de Westeros.

Milhares de anos mais tarde, a Boa Rainha Alysanne visitou a Muralha em seu dragão Asaprata e achou a Patrulha da Noite tão corajosa que levou o Velho Rei a duplicar o tamanho de suas terras, até cinqüenta léguas. A Guerra dos Tronos

Com Daenerys devidamente a caminho, agora os zumbis podem atacar. Voltamos para o norte da Muralha.

O Martelo do Baratheon fica na neve, jogado no chão pelo Cão e a minha ideia de que a arma dE Robert da Casa Baratheon estaria sendo reforjado, não se concretiza.

Mais três figurantes morrem, o que nos dá um saldo final de 7 sobreviventes (Sim, a conta não faz sentido).

A trilha sonora que acompanha os dragões é muito bonita. Com sopros das feras, Fogo e Gelo acabam com grande parte do exército dos Caminhantes Brancos.

É uma cena que deveria alegrar…

A cavalaria chegou! A ajuda chegou! Eles estão salvos!

Mas a questão é:

Salvos do quê? Por que essa situação está acontecendo? Porque caçar um zumbi entrando no meio de um exército de 10.000 mortos? Era necessário?

Os questionamentos se dissipam quando vemos a lança de gelo! Coincidentemente nenhuma dessas lanças foram ao menos usada numa tentativa de atingir algum dos heróis no centro do lago. Seria uma boa morte para Thoros de Myr, sacerdote do fogo, morto por uma lança de gelo.

Mas a lança precisa ser um elemento surpresa, ela precisa ser usada para derrubar um dos filhos de Daenerys Targaryen.

Eu não consegui diferenciar ali Rhaegal de Viserion, mas todos estão dizendo que o dragão morto é Viserion.

A cena era para ser impactante e triste mas não emociona, pois o episódio inteiro não conduziu o espectador para ter esse sentimento.

O dragão cai e afunda no lago! Você acha que acabou os salvamentos deus ex machina e as conveniências de roteiro. Mas, não…

Ainda tem mais.

Não havia motivos para Jon não subir no dragão. Era só subir e voar.

Entretanto, ele ficar é conveniente para o roteiro que mal se sustenta. Precisamos ter mais uma cena impactante.

Precisamos ter medo de que Jon morra.

Cair na água, em pleno Inverno é morte na certa. Some isso ao fator de ser o Inverno de Westeros e de estarem do outro lado da Muralha.

O Inverno que tanto os nortenhos dizem estar chegando.

Prefiro pensar que ao renascer pela graça de R’hllor, Jon Snow não pode morrer dessa forma. Só isso faz sentido.

Eu ainda fiquei esperançoso de termos um momento realmente épico.

Pensei que Rhaegal pousaria ao lado de Jon para levá-lo em segurança à Muralha.

A pele quente do animal serviria como um belo pretexto para evitar a morte de Jon por hipotermia.

Mas não. É  outra ajudaque salva o dia! Benjen Mãos-Frias, que retorna!

Tio Benjen, ajudando todos os Stark contra os Caminhantes Brancos para ser um valioso recurso para além-da-Muralha. É o trunfo nas mãos dos produtores.

Tio Benjen e suas correntes flamejantes retorna mais milagroso do que Gendry, mais milagroso do que os três dragões no último segundo, porém não tão milagroso quanto o aparecimento de grossas e enormes correntes de ferro forjdo, usadas pelos MORTOS para puxar Viserion para a superfície.

Aí já não tem mais jeito…

Bem…

Essa é uma resenha triste, sobre um péssimo episódio que prenuncia uma season finale morna, infelizmente.

O que se segue nos minutos adicionais e finais de S07E06 – Beyond the Wall é Jon optando por chamar Daenerys de “Dany” ou de “Minha Rainha”.

Ele vai ajoelhar agora que ela ajudou. O que poderia muito bem ser feito se ele ajoelhasse antes. Nada mudou mesmo.

Conclusão

Bem… O episódio foi catastrófico.  Ele não nos prepara para a season finale, infelizmente. Ele serve para comprovar que a ânsia por cenas prodigiosas e impactante ultrapassa a necessidade de um roteiro que faça um mínimo de sentido. Não há motivação real que mova os personagens para onde eles estão indo, o que torna tudo muito falso.

Não exijo “realidade” de uma série que trata sobre dragões, troca-peles e mortos-vivos. Mas é bom manter um mínimo para respeitar o espectador.

Gostaria que a temporada onde veríamos a Muralha fosse melhor. Era um dos momentos que eu mais queria ver.

A decisão de caçar um zumbi foi uma das piores decisões da série até o momento. Isso desestruturou qualquer história que vinha sendo contada.

Bran Stark deveria estar no cerne do núcleo que trata sobre os Caminhantes Brancos, mas está largado em Winterfell, por exemplo.

A motivação de Daenerys para ir só agora para a Muralha não tem sentido.

Jon sabia que havia 10.000 mortos-vivos do outro lado da Muralha, cansou de pedir ajuda e tudo o que foi dito não serviu para convencer Daenerys de seguir com ele. Entretanto, um um corvo repetindo tudo o que ele disse foi capaz de faze-la abandonar Pedra do Dragão?

E agora ele ajoelhará?

Percebam…

Não me incomoda o fato de Daenerys ter perdido um dragão. Eu acho muito bom isso acontecer. Gostei de ver um dragão morrendo e passando para o lado dos Caminhantes Brancos. A morte foi visceral, impactante, dolorosa. Isso te faz lembrar que ninguém está a salvo em Westeros.

E também equilibra as coisas e agora eles tem um instrumento para derrubar a Muralha (Se é que ela vai cair)…

Um Dragão de Gelo derrubará a Muralha.

Não vou negar que estou feliz saber que verei isso. Foi algo que imaginei, discuti, apostei e teorizei há anos atrás.

Um dragão de gelo derrubará a Muralha.

Não apareceu da forma exata como descrevi na teoria, mas a essência da ideia é a mesma, e está ali.

Lembrando que ainda há os livros para a teoria se concretizar como havia concebido, inicialmente.

Para quem quiser saber um pouco mais sobre a minha teoria sobre o Dragão de Gelo e o papel de Bran Stark nisso tudo, clique abaixo.

Teoria do Dragão de Gelo

A HBO está perdida. Não só a HBO GO caindo todo domingo, não só o episódio vazando. Estão perdidos dentro da história que se propuseram a contar sem os livros de Martin para se balizar.

Que teríamos uma história diferente daquela que veremos nos livros, isso já é fato consumado e aceito por mim e por todos os leitores do Drunkwookie. Sabemos que é uma história abordada de outra forma.

Porém, a outra forma não deveria ser tão ruim. O que parece é que os roteiristas tem ideias miraculosas, porém não tem familiaridade suficiente com a própria trama que estão contando e acaba nos entregando isso.