Não é uma resenha, como fiz em Batman V Superman. Muito menos uma tentativa de mostrar o lado bom de um filme de super-herói.
Chegamos a uma época em que filmes de super-heróis são uma realidade latente.
Hoje já é possível divisar o público que gosta de filmes de heróis e o público que não gosta de filmes de heróis.
Por isso, esse post não tem a pretensão de evangelizar ninguém, nem dizer Vá ao cinema!, nem de dizer que filmes de heróis são facilmente esquecidos, assim que se sai da sala IMAX.
Na verdade esse post é apenas um resumo de tudo que vi e senti nos cinemas ao ver Capitão América: Guerra Civil a pedido de muitos leitores (que gostaria de agradecer o contato).
Marvel Studios e seus filmes
Depois que o primeiro filme do Homem de Ferro fez sucesso, sabia que a Marvel Studios não iria parar por ali.
Em poucos anos vimos um aumento enorme de filmes, rumores, séries e ideias sobre super-heróis em outras mídias e com o avanço desses filmes de heróis, fatalmente rumávamos para uma realidade: um filme dos Vingadores.
Eu sempre achei que seria difícil unir tantos heróis em um único filme. Já havíamos visto a reunião de vários vilões e quase sempre deu errado.
Mas quando Vingadores estreou eu não conseguia conter tanta alegria. Meus heróis favoritos estavam ali e funcionou tão bem!
Depois, veio Vingadores: A Era de Ultron.
Ultron não me cativou tanto assim, mas os Vingadores continuavam atingindo minhas expectativas. Não havia porque não confiar na Marvel.
Entretanto, quando eu vi aquela tela da Fase 2 alterando e passando de Capitão América: Sociedade da Serpente para Capitão América: Guerra Civil, me assustei de verdade!
Uma saga relativamente nova, grandiosa, destruidora de status quo, sendo adaptada para o cinema?
Acho que Capitão América: Guerra Civil foi a última prova de fogo da Marvel Studios. Depois que saí do cinema, tive a certeza de que eles podem fazer o que quiserem, da mesma forma que fazem com os Quadrinhos.
E dará certo! Para aqueles que importam, dará certo!
Bem… Acho que preciso falar do filme propriamente dito. Vou começar falando dos personagens que me surpreenderam.
Como bom fã de Homem-Aranha que sou, poderia dizer que não era preciso mais nada e que ele é a melhor coisa que vi no filme. Porém, estaria mentindo. Tivemos heróis que brilharam na forma como tiveram suas histórias pessoais conduzidas.
É claro que sonhava em ver o Homem-Aranha entre os Vingadores, porém não foi mérito apenas de Peter Parker. Todos heróis (e vilões) agregaram muito ao filme.
Falcão
Sam Wilson, junto com o Thor, era o personagem que menos me empolgava no Universo Cinematográfico Marvel.
Eu o classificava como: Mais um cara com armadura.
Entretanto… dessa vez, não. Dessa vez tínhamos Sam Wilson, o Falcão!
Ele foi peça fundamental na equipe, responsável por ser os olhos dos Vingadores.
E cumpriu seu papel de forma memorável, em vários momentos.
Claro que, como fã de quadrinhos que sou, fiquei feliz quando vi o Asa Vermelha! Mesmo não sendo um falcão vermelho real, a ideia estava ali.
Trazido para a realidade dos tempos modernos, a águia de Sam Wilson passou a ser um drone vermelho. Mas Não qualquer drone. Uma peça importante voando pelo campo de batalha e auxiliando os Vingadores.
E, prevendo que muitos diriam: Esse não é o Asa Vermelha!, o filme deixa claro que é o companheiro do Falcão.
O próprio Sam Wilson diz à Viúva agradecer o Asa Vermelha e não ele.
Feiticeira Escarlate
Wanda é a responsável pelo último ato que traz a necessidade da Lei de Registro à tona. Ainda sem conseguir controlar seus poderes, ela faz uma escolha e essa escolha traz morte e sofrimentos para algumas famílias.
A Feiticeira Escarlate é um dos personagens mais poderosos do Universo Marvel. Seu poder é uma caixa de surpresas nos Quadrinhos.
Tanto que ela já protagonizou eventos catastróficos como por exemplo: queda dos Vingadores, a morte do Gavião Arqueiro, a morte do Visão e a “morte” de milhares de mutantes.
Usá-la dessa forma no filme, foi uma ótima ideia. Porém, gostei não só da Feiticeira Escarlate. Há muito sobre Wanda Maximoff sendo abordado em Capitão América: Guerra Civil.
O relacionamento de Wanda e Visão aconteceu de uma forma tão bem construída, que eu me orgulhei do quadro que tenho em casa, que é a capa de Giant-Size Avengers 4.
Quando vejo tantas relações feitas com os quadrinhos, não dá para não ficar feliz.
Se o excesso de referências é um problema para os críticos de cinema, pois a grande maioria não está habituado com esse Universo, acho que eles precisam entender que algumas coisas mudaram.
É acertada a escolha de se apegar aos quadrinhos! E mais do que isso, é acertada a escolha de se apegar aos fãs que, por tanto tempo, apoiaram as esse tipo de mídia.
Como diria Érico Borgo, Eu sou fã e quero service.
Barão Zemo
O vilão Zemo é um dos melhores vilões apresentados até hoje no UCM.
Ele é um humano com treinamento militar, que decidiu vingar a morte de sua família.
Porém, até onde vai o desejo de vingança?
Até onde esse desejo pode consumir alguém?
Fazer qualquer coisa para vingar um ente querido te faz um vilão?
Pantera Negra
O outro lado da moeda é o personagem MAIS FODA de todo o filme! Príncipe T’Challa ficou sensacional! Sensacional, mesmo! Eu vibrei com Chadwick Boseman.
A primeira coisa que fiz quando sair do cinema foi pesquisar a data de estreia do filme do Pantera Negra.
As cenas de luta são perfeitas, a postura do personagem é impecável, e o uniforme é um dos uniformes mais legais de toda Marvel.
Mas Pantera Negra não é feito apenas de golpes bem executados e um belo uniforme de vibranium. Há muito mais profundidade no personagem.
T’challa é um homem que ama seu pai e seu povo. Ele decide capturar o Soldado Invernal, após um evento traumático. Ele passa a agir por vingança, sem medir seus atos.
Sendo assim, qual elemento define que Pantera Negra é herói e Zemo é vilão?
Entendem a subjetividade que percorreu todo o filme? A assinatura do Tratado de Sokovia é o menor dos problemas.
Os heróis, acima de tudo, estavam lutando contra si mesmos.
Isso ficou claro para mim, quando eu vi as escolhas do Capitão América, colocando a amizade de Bucky, acima de tudo.
Parabéns, Capitão. Você se tornou um criminoso.
Essa é uma das frases mais impactantes do filme, pois vemos até que ponto vamos para seguir firme em nossas convicções.
Soldado Invernal
Falando do Soldado Invernal, Bucky é um caso a parte. Eu nunca fui fã do Capitão América, até ter contato com Os Novos Vingadores 33.
Foi exatamente nessa HQ que iniciou o arco de história que reintroduziria Bucky Barnes no Universo Marvel.
Os desenhos de Steve Epting e os roteiros de Ed Brubaker foram responsáveis em me cativar.
Eu não vejo mais o Universo Marvel sem Steve e Bucky.
A única coisa que não me agradou no filme, foi saber que o Soldado Invernal tinha conseguido poderes de super-agilidade, força, reflexos, etc, com algum soro soviético.
Nos quadrinhos ele tem apenas treinamento militar, inteligência tática e um braço metálico e isso me fascinava.
Mas a essência de Bucky é na mente distorcida e conturbada. Um cara que teve a vida invadida e destroçada. Isso é o que move Steve Rogers à lutar contra tudo e todos por seu melhor amigo.
Mesmo com esse clima tenso e menos maniqueísta, ainda há espaços para o humor, sempre constante nos filmes da Marvel.
Serve para nos lembrarmos que aqueles caras ali, são amigos.
E é preciso, pois a violência desse filme se assemelha àquela vista em Capitão América: Soldado Invernal, bem típica dos Irmãos Russo (os diretores).
E falando sobre o lado cômico, Homem-Aranha rouba a cena.
Eu voltei a ser criança por alguns instantes. (Mentira, durou maravilhosos 30 minutos). Foi muito bom ver mais uma vez o Homem-Aranha em uma sala de cinema. Ver aquele personagem que você acompanham à 25 anos nos quadrinhos, ali! Fazendo piadas, usando teia e… fazendo piadas.
Tudo muito intenso, rápido, como o Homem-Aranha deve ser.
Teia, piada, pulo, piada, soco, teia e mais piada.
Definitivamente é o melhor Homem-Aranha que eu já vi. Eu sempre achei Tobey Maguire o melhor Peter Parker e Andrew Garfield o melhor Homem-Aranha.
Aqui, com Tom Holland, eu tenho os dois, em um só!
Peter adolescente era algo que estava faltando. O Universo Ultimate existe nos quadrinhos desde 2001. Era necessário termos algo daquelas ideias nos filmes. Ideias novas, revigorante e atuais!
Fato: Não tem como evitar lágrimas de alegria ao ouvir Peter Parker citando os AT-AT de Star Wars V – O Império Contra-Ataca.
Homem-Formiga
Paul Rudd me ganhou com seu humor em Homem-Formiga. Porém o Homem-Formiga, definitivamente me ganhou, em Capitão Amércia: Guerra Civil.
Scott Lang protagonizou a melhor cena de luta, na minha opinião. Ter se transformado no Gigante, foi sensacional! E ainda mais depois da aparição do Homem-Aranha? Não dá. É muita emoção.
Eu não esperava aquilo e poder ver nos cinemas e ser surpreendido, foi perfeito. As cenas eram mais lentas para manter o êxtase do momento mais nerd de nossas vidas.
É como eu disse. A Marvel/Disney demonstrou que irá presentear os fãs de quadrinhos e aqueles que amam super-heróis com o que há de melhor, nesse Universo.
Viúva Negra
Natasha Romanoff continua cada vez melhor!
Mesmo sem poderes ela é a melhor pessoa, quando o assunto é derrubar alguém. O tom violento do filme, ajudou muito na verossimilhança da personagem. Foi o melhor momento da Viúva Negra, nos filmes da Marvel.
As cenas de ação dela e da Agente 13 foram de tirar o fôlego.
Quanta pancadaria!
Eu acredito que de todos com treinamento ali, A Viúva Negra é capaz de derrubar Bucky. Aqui ela exerceu um papel parecido com o do Homem-Aranha nos quadrinhos, ao “mudar” de lado.
Gavião Arqueiro
Me incomodei com o Gavião-Arqueiro. Queria ter visto um pouco mais dele. Depois de ter lido Minha Vida Como Uma Arma, eu me empolguei para vê-lo em ação.
Porém, a épica cena dele com o Homem-Formiga, valeu a pena.
Máquina de Combate
Máquina de Combate foi outro personagem que se posicionou bem a respeito da Lei de Registro e não mudou de ideia, nem mesmo quando o Capitão América provou seu ponto de vista.
Realmente, a linha que separa heróis e vilões é muito tênue. Contra ameaças galácticas é fácil apontar que está errado. Mas, entre amigos é difícil.
Homem de Ferro
O playboy bilionário nos mostrou que é muito mais do que isso. Ainda que ele precise de um gerador para se manter vivo, ainda existe um coração ali atrás.
Pode parecer exagerado, mas por todo o filme eu vi um cara que queria fazer a coisa certa, que via em Steve um companheiro leal e via nos Vingadores um modo de se redimir. E ele perdeu, ambos.
E se isso não bastasse, seu amigo Rhodes quase morreu.
É triste a cena final, em que Capitão América e Homem de Ferro lutam. Lutam sem se conter, lutam com ódio, lutam buscando a morte um do outro. É uma cena bem forte.
Se em Batman V Superman, o elemento materno impede uma guerra entre deuses, aqui o mesmo elemento serve para iniciar uma.
Perceberam? Novamente, vingança.
Vingança é a força motriz do filme.
Conclusão
O filme não tem final feliz e seu clima só não é pesado do início ao fim, porque temos piadas que quebram o tom. E isso me surpreendeu positivamente.
O vilão venceu!
Zemo conseguiu o que queria. O Governo conseguiu o que queria. Os Vingadores não existem mais!
Esse é o cenário para Vingadores: Guerra Infinita.
Eu gostei de todas referências e fanservice que ali existiam. Gostei da trama e de como todos heróis se encaixaram dentro dela.
Esse filme nos trouxe um Pantera Negra sensacional e nos deixou claro que com o Homem-Aranha na Marvel novamente, podemos ficar felizes.
Enfim… Um ótimo filme.
Os filmes de super-heróis me fascinam. Sempre fui fascinado por eles.
Então fica difícil ser adulto e imparcial, quando nas cenas pós-créditos vemos o Sinal-Aranha. Tem como não vibrar de emoção? Dá para não comemorar ao ver Wakanda? Não dá!
Otimo post!!! Somente uma observação: aquela cena pós-crédito linda de Wakanda, foi gravada nas Cataratas de Iguaçu!! Legal né!!
O filme é realmente muito bom, ótimo. Pra mim, as piadas em excesso cansam, principalmente durante as cenas de luta. Falando em cenas de luta, outra coisa que me incomoda é que todos parecem estar no mesmo “nível”, conseguindo lutar de igual pra igual com qualquer um quando convém. Seria muito melhor se cada personagem utilizasse sua habilidade pra tentar vencer o seu oponente, tornando as lutas mais diversificadas e não apenas uma pancadaria desenfreada.
Ótimo texto!
Sugiro que continue assim, sem uma crítica profissional sobre o filme. Seu texto soa muito mais sincero que os da crítica especializada. Estou entre o meio mundo que gostou muito de BvS e espero curtir muito o Civil War. Seu texto expõe bem suas opiniões e consegue não dar desculpas ou motivos fracos para o que pensa. Parabéns!
Poderia fazer textos como esses de outros filmes que estão pra sair, não só de super heróis, mas de outras linhas tbm.
Concordo com tudo que foi dito, mas abro espaço para o único personagem nao citado: Visão ! Ele simplesmente me decepcionou DEMAIS ! Ele não fez absolutamente nada no filme, e muito menos na luta (ou melhor, só o que fez foi aleijar o Rhodes). Eu achei que ele ia pelo menos dar combate com a Wanda, mas ficou a maior parte do tempo fora de cena !
As vezes é muito da má vontade do ator, ele já deixou bem claro que está ali apenas por dinheiro, mas mesmo assim é chato ver um personagem tão foda sendo tão mal usado ..
Uma pena !
Adorei o site, meus parabens!
Obrigado, Aline!