Hoje é dia de Um Quadrinho, Uma CervejaGavião Arqueiro é o escolhido da vez, pois esse encadernado de histórias, reune uma ótima fase do herói, ao menos é o que a crítica especializada lá fora vem dizendo. E para acompanhar, decidi escolher uma cerveja de estilo diferente. Hoje temos uma Strong Bitter Ale, da Cervejaria Von Borstel.

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O encadernado você encontra em bancas de jornal ou lojas especializadas, pois ela é recente. Porém, há um bom desconto no Submarino que vale a pena aproveitar. E no  site MyBestBeervocê encontra a Little London e toda a linha da Von Borstel.

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História em Quadrinhos do dia – Gavião Arqueiro – Minha Vida Como Uma Arma

Editora  –  Marvel

Editora no Brasil – Panini

Roteiro – Matt Fraction

Desenho – David Aja, Javier Pulido, Alan Davis

Cores – Matt Hollingsworth, Paul Mounts

Publicação original – 2012

Publicação no Brasil – 2015

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Rótulo do diaLittle London

País de Origem – Brasil

Estilo – Strong Bitter

Volume – 500 ml

Teor alcoólico –  5,5% vol

Cervejaria – Von Borstel

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O que devemos saber sobre a HQ?

Essa HQ foi escrita por Matt Fraction, um escritor conhecido por suas obras autorais como  Sex Criminals e contribuiu de forma substancial, na Marvel. A Essência do Medo (Fear Itself) é um de seus trabalhos dentro da Casa das ideias.

Ele é casado com Sue DeConnick uma das minhas escritoras de quadrinhos favorita. É dela a “culpa”de reformular Carol Danvers, e nos presentear com a Capitã Marvel.

Muito elogiada, a HQ do Gavião Arqueiro foi considerada como a melhor série da Marvel pela The A.V Club. David Aja, um desenhista muito competente (que já trabalhou em Demolidor e Punho de Ferro) em 2013 ganhou o Eisner, o Oscar dos Quadrinhos, nas seguintes categorias: Melhor Desenhista (Best Penciller/Inker) e Melhor Artista de Capa (Best Cover Artist).

O que devemos saber sobre o rótulo?

A Cervejaria Von Borstel, apesar do nome gringo, é uma cervejaria nacional instalada  em Londrina, no Paraná.

E a cerveja Little London é uma cerveja que busca homenagear as influências inglesas que fundaram a cidade de Londrina. A cerveja de hoje é uma strong bitter. Um estilo diferente de todos os que já experimentamos aqui no Um Quadrinho, Uma Cerveja.

Gavião Arqueiro – minha vida como uma arma e Little London

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Confesso que para mim, o Gavião Arqueiro nunca passou de um personagem secundário no grupo dos Vingadores.

Tirando sua infinidade de flechas (que gosto bastante do conceito), sem superpoderes propriamente dito é difícil vê-lo ao lado dos Heróis Mais Poderosos da Terra. Apenas a ótima mira e os reflexos acurados não parecem ser suficientes para enfrentar deuses, criaturas de espaço-tempo diferentes e forças cósmicas.

É dessa mesma forma que eu vejo a Little London. Competir em um estilo tão intrínseco dos ingleses me parece uma grande aposta, com perigo de ficar em segundo plano perto das cervejas britânicas.

Foi ao ler as primeiras páginas do quadrinho e degustar os primeiros goles da Little London, que acabei formando melhor minhas opiniões sobre ambos.

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Clint Barton está fenomenal nessa HQ. Sim, logo de cara você vê isso. Um cara humano ao lado de pessoas comuns, enfrentando problemas mundanos. Acredito que o roteiro de Matt Fraction, aliado ao desenho de David Aja conseguiram encontrar o tom certo do Gavião Arqueiro.

O desenho de Aja me remete à arte de outro David. David Mazzucchelli, artista responsável por Demolidor – A Queda de Murdock e Batman – Ano Um.

 Se você quer ler um quadrinho, sem compromisso com as dezenas de sagas que estão pipocando no Univsero Marvel, Gavião Arqueiro – minha vida como uma arma é a melhor opção.

Já a Little London traz todos os elementos básicos de uma ale inglesa. A cor, o sabor, o amargor do estilo strong bitter e o álcool na medida certa para uma ale, além da baixa espuma, como uma cerveja inglesa deve ser.

Porém, diferente de Gavião Arqueiro – minha vida como uma arma, ela não convence você desde o início.

Nos primeiros goles senti falta daquele peso que uma ale tem. Senti falta de uma cerveja mais encorpada e um sabor que se mantivesse presente no paladar por mais tempo.

De qualquer forma a cor bonita e a presença de caramelo (tanto no olfato, quanto no paladar) é um presente bem vindo.

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O roteiro de Fraction, junto com a narrativa de David Aja é sensacional. Tudo funciona muito bem. As cores, os quadros e a trama. Eu gostaria de ver um roteiro de Matt Fraction para entender melhor como ele se “comunica” com o desenhista. A impressão que dá é que ambos trabalham juntos à muito tempo.

Isso é interessante pois você sente a mesma sensação ao ver Gavião Arqueiro e Gaviã Arqueira trabalhando juntos. Clint Barton e Kate Bishop possuem um relacionamento muito único que gera momentos sensacionais no Quadrinho.

A Little London continua mostrando que o sabor da strong bitter está ali, bem presente. Porém, não existe uma boa comunicação com o corpo da cerveja. percebo que faltou algo mais substancioso para acompanhar esse quadrinho. talvez uma cerveja bock ou uma stout.

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Chegamos à metade do encadernado coma terceira história chamada Cherry. E essa é, talvez, a melhor história do Gavião!

Eu sempre gostei das flechas do Gavião. Aquele grande número de tipos de flechas como: as flechas-explosivas, as flechas-corda e até mesmo as flechas-rede sempre foi genial. Agora, como ele conseguia utlizá-las de maneira correta, aquilo sim era um mistério.

No filme Vingadores, vimos um certo dispositivo em sua aljava, que o auxiliava. Porém, aqui, na visão de Matt Fraction, a única coisa capaz de ajudar Clint a sacar a flecha correta são… Etiquetas.

Sim, etiquetas.

Em Cherry veremos os efeitos de uma flecha-elétrica, de uma flecha-ventosa, e a engraçadíssima flecha-bumerangue.

Se você, assim como eu, não era um grande fã do Gavião-Arqueiro, após ler Cherry, eu garanto que você mudará de ideia.

A Little London e seus 500 ml acompanham toda a HQ. E mesmo tendo um teor alcoolico de 5,5% você já sente os efeitos dele. Se você não conhecia o estilo Strong Bitter, já nesse momento dá para entendê-lo melhor.

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A Fita é uma história em duas partes (4 e 5 do encadernado), que mantém a qualidade das anteriores, mas não me agradou tanto.

O tema é bom, o desenvolvimento também, porém as dúvidas lançadas sobre as condutas de Clint Barton são facilmente dirimidas. Só que o final não faz sentido e torna o motivo inicial da história, incoerente.

Eu não achei que funcionou. Cheguei ao final da história percebendo que toda a correria para salvar a fita nem deveria ter acontecido.

Por fim, a sexta história, desenhada por Alan Davis nos faz lembrar que estamos ainda no Universo Marvel. Outros heróis, Vingadores, Jovens Vingadores, enfim… Vários super heróis povoando a história do Gavião.

Queria mais David Aja, queria mais Gavião e Gaviã, mas longe desse Universo colorido.

A Little London acaba junto com o encadernado. Na verdade, sobra ainda um último gole, depois de fechar a HQ.

Veredicto Drunkwookie

Nota da HQ

nota-45

Nota do Rótulo

nota-25

Nota da Harmonização

nota-25

Conclusão

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A nova luz que Matt Fraction e companhia lançaram sobre o Gavião Arqueiro é uma das melhores coisas que presenciei na Marvel, nos últimos tempo.

Podemos perceber que não é necessário super-poderes para se criar super-histórias. E que histórias bem feitas, ainda que tenham “um visual simples”e trate sobre “fatos cotidianos”, são extremamente complexas e ricas.

Das 6 histórias dentro desse encadernado, apenas uma não me agradou. A sexta história Jovens Vingadores Apresenta, que serviu para mostrar o inicio da relação entre Clint Barton e Kate Bishop é bem desnecessária. mesmo para quem não conhece o relacionamento dos dois personagens, poderia ser resolvido com um prefácio bem escrito. Essa história trás mais dúvidas do que respostas.

Little London nos mostra o quão boa uma cerveja inglesa pode ser, mas não cumpre o que promete.

A ausência de corpo da cerveja foi o que mais me fez falta. Porém, convido vocês a experimentem e tirarem suas conclusões e até mesmo comparem ela com outras cervejas inglesas como por exemplo a Young Special London Ale.

O que eu senti é que Quadrinho e Cerveja não harmonizaram dessa vez.

Se de uma lado tivemos um herói que sai do mundo dos personagens secundários e toma seu lugar, dentro de seu estilo, do outro temos a Little London que mostra o que é, mas continua sob as sombras de outras grandes cervejas do estilo.

De qualquer forma, longe de mim tirar o mérito da cervejaria. Tanto que ainda teremos mais um rótulo da Von Borstel para acompanhar outro Quadrinho.