The Last Kingdom – S02E01

Wyrd bið ful ãræd

Quase um ano e meio se passou desde a primeira temporada de The Last Kingdom. E aqui estamos novamente para falar sobre Uhtred e a História da Inglaterra.

Após terminar de ver o primeiro episódio dessa segunda temporada, posso dizer que a espera valeu a pena.

Drunkwookie e The Last Kingdom

Quem acompanha o Drunkwookie sabe da minha paixão pelas obras de Bernard Cornwell e minha paixão pela história da Inglaterra, principalmente na era pós-invasões saxônicas.

Já escrevi sobre Cornwell, então quem ainda não conhece as Crônicas Saxônicas, por favor cliquem no link abaixo.

Vale a Pena Ler – As Crônicas Saxônicas de Bernard Cornwell

E sobre a série da BBC, na última temporada eu não consegui terminar as resenhas de The Last Kingdom. Entretanto, esse ano será diferente e vamos juntos até o final da temporada falando sobre Uhtred, seu sonho de reconquistar Bebbanburg e no caminho disso tudo, a unificação dos reinos que conhecemos hoje com Inglaterra.

A diferença é que nesse ano muitos leitores “amadrinharam” e “apadrinharam” o Drunkwookie! Esse ato de confiança fundamental para trazer o site de volta ao ar e também na produção de conteúdo novo e com regularidade.

Se você ainda não viu a campanha no Padrim, falarei sobre ela brevemente:

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Peço que deem uma olhada no meu projeto Drunkwookie no Padrim. O site ficou fora do ar por um tempo, e somente com a ajuda de vocês ele consegue se manter no ar. Caso decidam ser madrinha ou padrinho do site, seria fantástico. A contribuição servirá para o site continuar e melhorar cada vez mais. Lembrando que você concorrerá a vários prêmios no decorrer do ano e claro, terá meu agradecimento eterno. Pois, Wyrd bið ful ãræd.

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Agora, vamos para o Último Reino…

O tempo passa rápido demais

Após um ótimo resumo da primeira temporada (com pouco mais de 1 minuto e meio) somos colocados na trama novamente.

A série inicia-se mostrando claramente que passou um certo tempo, após a batalha de Ethandun em 878.

Pintura retratando a Batalha de Ethandun

Um quadro sobre a vitória de Alfredo está sendo pintado e até aqui, tudo bem. Essa forma indireta de mostrar o tempo passando é bem interessante e é uma técnica muito usada em The Last Kingdom.

Vocês vão perceber (e sempre que eu perceber vou citar) que alguns diálogos rápidos e até mesmo cenas curtas, servem para desenvolver a trama. É importante perceber esses pequenos nuances nos diálogos, para conseguirmos entender e acompanhar o ritmo da série.

Porém, ao ver, logo na sequência Æthelflæd treinando com espadas, me deixou confuso. Quem acompanha a série e não leu os livros pode estranhar um pouco tal personagem.  E a pergunta é: Quem é ela?

Æthelflæd

Ela é filha de Alfredo e já está quase adulta.

Apenas a título de curiosidade, na data da batalha de Ethandun (que vimos na season finale da primeira temporada), Æthelflæd tinha 9 anos. Porém, acredito que a série não vai se apegar as datas históricas dessa forma.

Eu estranhei porque não me lembro dela na primeira temporada. Acredito que ela não tenha aparecido em nenhum momento.

De qualquer forma, mais um motivo para nos atermos as passagem de tempo. O que posso falar dela no momento, é que Æthelflæd  terá um papel muito importante, tanto na trama de Uhtred quanto na história da Inglaterra.

Percebam que ela está treinando com espadas, e esse fato é bem importante para o desenvolvimento da personagem nas próximas temporadas.

Winchester, Reino de Wessex

Estamos em Wintanceaster, e  Alfredo conversa com o Witan sobre a situação do Norte. Agora que Wessex está seguro, a ideia é reconquistar cada domínio que outrora fora dos saxões.

E se Wessex está seguro, as terras em direção ao Norte não estão. A Nortúmbria é uma terra tomada por dinamarqueses e precisa ser recuperada. Logo no início do episódio já somos apresentados a dois novos inimigos da temporada:

Os irmãos Sigefried e Erik.

Ainda em Wintaceaster temos a chegada do irmão Trew, que traz notícias sobre o sonho cristão do abade Eadred. O abade sonhou com São Cuthbert que havia falado direto do Céu, citando Guthred, um saxão escravizado pelos dinamarqueses.

Cabe então a Alfredo decidir se o escravo Guthred será comprado, liberto e coroado Rei da Nortúmbria. Ele envia Beocca para resolver o problema.

Vemos ainda Alfredo falando com Odda sobre sua filha. Logo ela precisará encontrar alguém para noivar e casar. Segundo Alfredo, o pretendente deverá:

– Eles devem ter compatibilidade com minha filha, a mãe dela, Wessex e minha ideia de reino unido.

Podem ter certeza  que logo ele encontrará alguém a altura. Um dos homens mais odiados da série, Æthelred.

Uhtred na Mércia

Lichfield, Reino da Mércia

Não havia melhor forma da série nos mostrar nosso amado protagonista.

Aqui temos Uhtred, sendo Uhtred.  Acredito que falarei isso várias vezes no decorrer das minhas resenhas.

Quem liga para a falta de cabelos loiros quando você tem um protagonista que encarnou tão bem o personagem escrito por Bernard Cornwell. De todos grandes protagonistas de livros que sou fã, Uhtred e Aragorn são os mais fiéis, ao personagem.

Voltando ao episódio, temos que falar da irmã Hild. Ela é uma personagem sensacional. A dinâmica dela com Uthred é muito boa e sempre temos ótimos momentos. Realmente esse primeiro episódio da segunda temporada me empolgou bastante!

Ele gritando earsling me lembrou de Leofric. E isso me fez pensar.

Infelizmente, As Crônicas Saxônica é uma história onde bons homens e mulheres vão morrer. Espero não me apegar novamente aos personagens que vão aparecer pelo caminho de Uhtred. Pois o destino é inexorável.

O cenário é deslumbrante. Percebam o momento em que eles saem da vila é lindo.

A BBC soube criar um belo clima para essa série e você se sente realmente na Inglaterra do século VIII. Você compra aquela história. Não há nada forçado e que muitas vezes soa como piada. Em outros filmes e séries de época, as vezes nos deparamos com alguns elementos mal feitos. Entretanto, não é o caso de The Last Kingdom!

O figurino também ajuda muito na imersão.

Por ser uma série histórica, esses dois elementos (figurino e cenário) são muito importantes e estão impecáveis!

Revoltas no Norte

York, Reino da Nortúmbria

Já na Nortúmbria vemos pela primeira vez os irmãos Siefried e Erik partindo para a Escócia com o intuito de matar e pilhar. Algo interessante aqui é que o irmão Hrothweard inicia um levante e isso ajuda bastante Uthred, que chega até um local dominado por homens devotos de Alfredo.

Esse foi o momento mais rápido do episódio. Em poucos minutos fomos apresentados a Siegfried e Erik, soubemos do domínio dinamarquês, depois vimos uma ideia de levante nascer e ser levada à cabo, e logo depois a chegada de Uhtred, que estava vindo da Mércia.

Sobre o caloroso e emocionante reencontro de Uhtred e Beocca, tenho algo para falar. Para nós espectadores, não passou tanto tempo desde a última vez que os dois estiveram juntos. Entretanto, o roteiro deixa claro que passou-se muito tempo. A atuação de ambos ajuda a dar verossimilhança à trama.

Agora voltamos ao Sul, para Wessex.

São muitas mudanças, do Norte para o Sul, do Sul para o Norte muito rapidamente.

Para quem está acostumado com Game of Thrones, essas trocas frequentes de núcleo e regiões não incomodam. E também, temos que concordar que lá os cenários são facilmente distinguíveis. Norte nevado, Sul ensolarado, do outro lado do Mar Estreito desértico.

Aqui é um pouco mias complicado.

Como estamos falando de uma série histórica, a diferença de cenário dentro da própria Inglaterra é bem sutil. Então, quem não está acostumado com essas idas e vindas, pode se perder.

Com Wessex nas mãos e com uma grande esperança de conseguir unir a Inglaterra, parece que Alfredo se sente livre de suas dores e se mostra bem empolgado com os prazeres da vida.

Por ser uma série rápida, que acaba tratando dois livros por temporada, é necessário prestar atenção nos diálogos. Eles são importantes para o entendimento de toda a trama.

Agora, voltamos para Eoferic novamente, e acompanhamos um diálogo interessante entre Hild e Uhtred.

De forma bem velada, vemos o paganismo de Uhtred, que se apega ao seu wyrd ao aceitar o que Beocca lhe pede.

A preocupação de Hild faz sentido, pois Uhtred é um homem que usa sua reputação como escudo.

Glória e reputação é o que faz um homem, segundo seus preceitos.

Entretanto, podemos perceber que Uhtred aceita a missão porque pode usar o desejo de vingança de Guthred contra Kjartan, o homem que matou, Ragnar o Intrépido.

Já estamos na metade do episódio e seguimos Uhtred em sua missão.

Resgatar Guthred de seus captores.

No caminho, Uthred tem uma ideia. E percebam que ele, enquanto observa Hild, está perpetrando seu plano para desestabilizar os escravagistas. Como eu disse, nenhuma cena é dispensável.

O mercado de escravos ficou bem construído.  Sven, o Caolho está aqui! Ainda que a série trate sobre a história da Inglaterra, tudo o que remontam o passado e a missão de Uhtred é interessante de se ver.

Beocca fala sobre superstições, para abrir caminho para a farsa de Uhtred. Os dinamarqueses mordem a isca.

Essa cena na névoa me lembro o 13º Guerreiro. Gostei muito dessa resolução em Os Senhores do Norte, quando li. E aqui na série ficou muito boa!

Uhtred se denomina como mensageiro de Odin.

Hild mata o senhor dos escravos que a ofendeu, minutos antes. Me surpreendi, mas ficou claro que ela não esperará por ninguém para salvá-la e tal atitude reafirma seu pedido à Uhtred, de ensiná-la a usar a espada.

O “escravo-rei” é encontrado e liberto.

Guthred e Uhtred

A caminho de Cumbraland há um momento de descanso, Guthred conversa com Uthred. Pelo diálogo, percebemos que a fama do nosso protagonista já chegou ao Norte. E é nesse momento que o futuro rei pede para que Uhtred seja seu comandante da guarda.

Uthred cita “os Senhores do Norte” e isso faz referência ao título do livro que está sendo abordado.

É sutil, mas está ali e isso é sensacional de se ver. A obra de Cornwell ganhando vida!

Durham, Reino da Nortúmbria

Agora vamos mais ao Norte, até Dunholm, a fortaleza de Kjartan. Lá vemos Sven e seu pai conversando sobre “o cavaleiro dos mortos”.

Vemos também Thyra, a filha de Ragnar, “irmã” de Uthred. A moça está rodeada de cães, (cães esses que serão importantes no desenrolar de sua trama).

Thyra, “irmã” de Uthred

Uhtred cita ela nesse episódio, então podem esperar que teremos o resgate dela nessa temporada.

Um momento engraçado é quando Uthred chega em Cumbraland e todos, ao ver seus trajes e seu porte, acreditam que ele é o rei prometido. Esse humor irreverente, com nuances de paganismo, ofende Beocca.

Cumberland, Reino da Nortúmbria

Até mesmo o abade Eadred, aquele que viu Guthred em seus sonhos, confunde Uhtred como Rei. Depois da confusão desfeita, Guthred precisa ser empossado como Rei da Nortúmbria.

não podemos esquecer de citar a irmã de Guthred, a linda Gisela que será interesse amoroso de um certo guerreiro saxão, que aparenta ser dinamarquês.

Gisela, irmã de Guthred

E então a cerimônia se inicia. Começando com a entrega da espada de Cumbraland e depois, com a benção vinda das mãos do próprio São Cuthbert. Tudo parece tranquilo, mas o abade não parece feliz com a presença de Uhtred.

E no finalzinho do episódio temos duas revelações:

Voltamos para Wessex, onde Alfredo conversa com seus prisioneiros Brida e Ragnar, o Jovem. Isso trará uma reviravolta interessante, pois mostra que Alfredo, acima de tudo é um excelente estrategista.

E as notícias sobre o Rei Guthred e seu comandante Uhtred, chegam à Dunholm e a Kjartan.

Kjartan descobre que Uhtred Ragnarson está vivo e exige que seu homem de confiança o traga até sua fortaleza.

Parece que a paz momentânea de Uhtred Ragnarson vai ser quebrada em breve. E seu wyrd, não será um dos melhores.

Conclusão

Um ótimo primeiro episódio que nos pontua muitas coisas. Esse é um tipo de série que estava faltando ultimamente.

Se algo faltou, talvez tenha sido uma explicação pequena sobre a origem de Guthred. Entre homens sujos e loiros fica difícil saber se estamos falando de um nórdico ou saxão. Mas talvez, o simples fato dele ser escravo já responde esse questionamento.

Sendo assim, faltou falar um pouco mais sobre a origem de Hardicnut, o pai de Guthred e seu papel na região de Cumbraland para não parecer que um escravo qualquer foi escolhido para ser rei.

The Last Kingdom é uma das poucas séries cuja atuação e diálogos trabalham perfeitamente em função da trama. Nenhum diálogo é dispensável, nenhuma cena é sem importância. Não existe espaço para criações ou inserções de novas tramas.

Eu estava precisando de uma série assim, direta, sucinta e impactante. Nada de grandes momentos reflexivos e lutas internas.

Pena que só temos 8 episódios por temporada.

E vocês, o que acharam desse início?

6 Comentário

  1. lucas emanuel lucas emanuel
    23 de março de 2017    

    Æthelflæd apareceu sim na 1° temporada, pelo menos lembro dela lá na parte do pântano.
    E falando de personagens importantes, faltou falar do desgraçado do Haisten, era o dinamarquês liberado por Uhtred em Eorfewic.
    Achei que mudaram muito ele, colocaram um cara grande e corpulento, que acho que destoa do personagem dos livros. Nos livros ele não é um grande lutador e é meio magrelo pra ser um dinamarquês, mas ele compensa isso com a inteligência e a ardilosidade dele, acho até que ele faz uso disso pra passar despercebido até o momento certo, para não verem ele como uma grande ameaça.

    • 24 de março de 2017    

      Eu não percebi que era o Hasten. Que legal! Vou assistir novamente!

      • lucas emanuel lucas emanuel
        25 de março de 2017    

        Não dá nem pra saber que é ele, só soube por que vi ele em uma foto de bastidores. Algum outro ator se referiu a ele como Hasten.

  2. Rubico Petroni Rubico Petroni
    11 de maio de 2017    

    Fala Drunk, tudo certo?

    É um comentário/elogio/cobrança. Se prepare! haha

    Poxa, conheci a série/livros, mesmo que ainda não os tenha lido, pelo seu post sobre as crônicas saxônicas. E, desde então, acompanho a série e aguardo seus comentários.

    Como você mesmo disse que continuaria fazendo as resenhas da série, gostaria de clamar as Novos e aos Velhos para que as continuasse! Não abandone o projeto novamente. A série merece mais atenção.

    Julgo que a mídia não dá a devida atenção a obra, até por ser produzida por um estúdio sem tantas tradições com séries e o elenco não ser estrelado. Então, toda fonte de informação disponível é bem vinda.

    Particularmente, acho que os atores são muito bons, a produção é ótima e, guardada as proporções, não deve em nada para GoT e demais produções famosinhas.

    Talvez o alcance da série agora mude com a entrada da Netflix na produção. É esperar para ver.

    Fica aqui meu pedido. Dê mais atenção a série e não desiste dos posts sobre ela!

    Valeu!

    • 11 de maio de 2017    

      Olá, Rubico. Blza?
      Você total razão sobre a série. Ela é maravilhosa, e estou simplesmente fissurado por ela. A razão pela parada nos posts foi por alguns problemas de tempo mesmo. De qualquer forma, seu comentário é muito bem-vindo e me dá ânimo para usar meu tempo livre para voltar a escrever. Os comentários são sempre um ótimo combustível para me fazer continuar a escrever sobre determinado assunto. Valeu! O próximo post é em sua homenagem! =) Destiny is All.

  3. Silvana Vani Silvana Vani
    29 de novembro de 2018    

    Olá, parabéns pela ótima resenha! Estou adorando assistir a série, é indefinível o meu fascínio por filmes e séries de época, principalmente medievais. Boa sorte com tudo e continue escrevendo. Obrigada!

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