Livros em 2016 – Parte I

Um pouco atrasado com as leituras propostas em 2016, decidi me empenhar no início desse mês e ler alguns dos livros que havia citado no início desse ano.

Os 16 livros escolhidos para 2016  estão aqui.

Até o momento, li 04 deles e hoje trago minhas impressões sobre cada um deles.

1. Norwegian Wood

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Sinopse – Em 1968, Toru Watanabe acaba de chegar a Tóquio para estudar teatro na universidade, e mora em um alojamento estudantil só para homens. Solitário, dedica seu tempo a identificar e refletir sobre as peculiaridades dos colegas. Um dia, Toru reencontra um rosto de seu passado: Naoko, antiga namorada de seu grande amigo de adolescência Kizuki antes deste cometer suicídio. Marcados por essa tragédia em comum, os dois se aproximam e constroem uma relação delicada onde a fragilidade psicológica de Naoko se torna cada vez mais visível até culminar com sua internação em um sanatório.

Autor – Haruki Murakami

Minhas impressões – Haruki Murakami é um dos melhores escritores japoneses da atualidade. Tive o prazer de conhecer sua obra, passeando por uma livraria e me deparar com 1Q84.

Mesmo sabendo que Norwegian Wood tinha uma proposta bem diferente daquela de 1Q84 (onde encontramos cabras mortas usadas como portais entre mundos, luas deformadas, povo pequenino e rituais sexuais), resolvi ler, pois gostei muito da proposta.

Acontece que romances japoneses tem um ritmo que não me envolve. Percebi que é uma barreira cultural mesmo. De duas uma: Ou não consegui me identificar com a história ou o ritmo me distanciou daquela imersão que sempre temos ao ler um livro.

De qualquer maneira, mesmo não me cativando, o livro é muito bem escrito pois a narrativa é genial. Há referências musicais muito interessantes e o drama envolvendo problemas psicológicos culmina em bons momentos no final do livro.

Nota

nota 4

2. Na Pior em Paris e Londres

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Sinopse – No final do anos 20, decidido a tornar-se escritor, o jovem Eric Arthur Blair resolveu viver uma experiência pioneira e radical: submeter-se à pobreza extrema – e depois narrá-la. Em 1928, instalou-se em Paris com algumas economias e começou a dar aulas de inglês – mas em pouco tempo perdeu os alunos e foi roubado. Sem dinheiro, passou fome, penhorou as próprias roupas, trabalhou em restaurantes sórdidos e por fim partiu para a Inglaterra.
Enquanto esperava por um emprego incerto, radicalizou ainda mais sua experiência convivendo intensamente com os mendigos de Londres, perambulando de albergue em albergue, atrás de dormida, comida e tabaco.
É essa vivência miserável que Orwell relata com humor e indignação, distanciamento e participação.

Autor – George Orwell

Minhas impressões –

purple_alien_monster_emoji__png__by_harrysnn-d9o90wjEsse é um livro que te leva à grandes reflexões. Parece ser essa, uma época propícia para grandes reflexões. George Orwell é o escritor do famoso 1984 e A Revolução dos Bichos.Na Pior em Londres e Paris é uma autobiografia, de um tempo em que ele viveu marginalizado em Paris e Londres.

Ali ele conheceu a pobreza, o cansaço fisico, mental e emocional. O livro é bem tenso e realista.

Lendo essa obra você passa a olhar para a pobreza por um outro viés. Realmente faz você repensar suas condutas ao entrar em um bom restaurante, ao negar esmola à um mendigo.

A escrita de Orwell é afiada e bem detalhista, o que contribui para que a leitura flua. Você se sente na pele de um plongeur (lavador de louça, na França).

O que mais me chamou a atenção foi viver o sofrimento do protagonista e perceber que poucos dias passados em um restaurante parecia uma eternidade de sofrimento e cansaço.

Eu gosto de livros biográficos, então indico para todos aqueles que gostam do gênero. E para aqueles que não conhecem o estilo, convido à conhecer pois não irão se arrepender.

Nota

nota-45

3. Neuromancer

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Sinopse – Um hacker renegado, uma samurai das ruas, um fantasma de computador, um terrorista psíquico e um rastafari orbital num thriller sexy, violento e intrigante. De Tóquio a Istambul, das estações espaciais ao não-espaço da realidade virtual, o tenso jogo final da humanidade contra as Inteligências Artificiais…

Evoluindo de Blade Runner e antecipando Matrix, Neuromancer é o primeiro – e ainda hoje o mais famoso – livro de William Gibson. É considerado não só o romance que deu origem ao gênero cyberpunk, mas também o seu melhor representante. Edição especial com nova tradução, nova capa e projeto gráfico, novo prefácio e notas explicativas.

Autor – Willian Gibson

Minhas impressões – De longe, esse foi o livro mais “difícil”que já li na vida. Porém, a dificuldade é recompensada. A trama é sensacional, os personagens são cativantes, e o universo muito único.

Willian Gibson joga você dentro de um mundo totalmente já construído.

Dezenas de palavras  estranhas para nós, mas comuns para os personagens. Case, nosso Cowboy (Hacker no universo do livro) flipa da matriz pra Simstim em questão de segundos. Em um momento está entrando em um sistema de segurança de uma biblioteca e em outro está dentro de Molly, vendo o mundo pelos seus implantes oculares.

Neuromancer é uma viagem total! Um mundo regado à drogas, implantes cibernéticos, tráfico de órgãos, clonagem e computadores.

Foi daqui que surgiu a ideia para o filme Matrix. O clima do Sprawl (cidade onde se passa uma parte da história) é bem parecido com aquele que vimos em Blade Runner.

Vale a pena ler, e se deliciar com essa ficção científica, tão única.

A descrição das roupas, das lojas, da qualidade absurda de seres humanos com implantes de melhoria tecnológica, faz você e sentir dentro daquele mundo, sentido os cheiros estranhos dos componentes químicos, vendo painéis de neon, lojas de drogas e o céu… da cor de TV dessintonizada.

— A matriz tem a sua origem nos jogos eletrônicos primitivos — disse a voz — nos primeiros programas gráficos e nas experiências militares com expansores cranianos. — No monitor Sony uma guerra do espaço, bidimensional, desaparecia atrás de uma floresta de fetos gerados matematicamente, demonstrando as possibilidades espaciais das espirais logarítmicas; metragem militar azul-frio ardida; animais de laboratório ligados por fios a sistemas de ensaios; elmos alimentando circuitos de controle de incêndio de tanques e aviões de combate. — O ciberespaço. Uma alucinação consensual, vivida diariamente por bilhões de operadores legítimos, em todas as nações, por crianças a quem estão ensinando conceitos matemáticos… Uma representação gráfica de dados abstraídos dos bancos de todos os computadores do sistema humano. Uma complexidade impensável. Linhas de luz alinhadas que abrangem o universo não-espaço da mente; nebulosas e constelações infindáveis de dados. Como luzes de cidade, retrocedendo.

Nota

nota-5

4. O Demonologista

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Sinopse – O personagem que dá título ao best-seller internacional é David Ullman, renomado professor da Universidade de Columbia, especializado na figura literária do Diabo – principalmente na obra-prima de John Milton, Paraíso Perdido. Para David, o Anjo Caído é apenas um ser mitológico. Ao aceitar um convite para testemunhar um suposto fenômeno sobrenatural em Veneza, David começa a ter motivos pessoais para mudar de opinião. O que seria apenas um boa desculpa para tirar férias na Itália com sua filha de 12 anos se transforma em uma jornada assustadora aos recantos mais sombrios da alma.

Enquanto corre contra o tempo, David precisa decifrar pistas escondidas no clássico Paraíso Perdido, e usar tudo o que aprendeu para enfrentar O Inominável e salvar sua filha do Inferno.

Autor – Andrew Pyper

Minhas impressões – O livro traz o professor David Ullman, um demonologista que vê todo o misticismo ao redor da religião, como algo ultrapassado.

No decorrer da história, alguns acontecimentos começam a fazer David se questionar. E logo entramos em um mundo curioso, com alguns momentos de terror, bem interessantes.

A narrativa de Andrew Piper é muito bem construída. Ele realmente sabe contar uma história em primeira pessoa. O ritmo acelerado da história me lembrou um pouco os livros de Dan Brown.

O livro é bom? Sim. Além de ser bom, é muito bonito. o tratamento da DarkSide é sensacional. Capa dura, o ar de “tomo envelhecido” ajuda a te colocar dentro do clima da história.

Porém, eu esperava ser surpreendido. O final é meio corrido e mal explorado. Fiquei com aquela sensação de que o livro poderia ser muito mais.

Nota

nota-3

Por enquanto é só. Espero avançar na minha lista de 2016 e trazer mais considerações logo, logo. E vocês indicam algum livro para este ano?

5 Comentário

  1. 23 de junho de 2016    

    Olá, DrunkWookie! Me chamo Letícia e acompanho o site há algum tempo. 😛 Sobre o primeiro livro, o Norwegian Wood, a abordagem reflexiva dele seria parecida com o “A vida peculiar de um carteiro solitário”, do Denis Theriault (inclusive, se não leu, recomendo fortemente)? Ando numa vibe mais reflexiva (vou seguir a recomendação do George Orwell, inclusive – estava com um outro livro dele para ler faz um tempo), e gostaria de saber se ele envolve toooda aquela filosofia oriental de vida, ou se é só o ritmo mesmo.
    OBS: Quando sai o review da temporada inteira, em comparação com os livros, de GoT?

    • 27 de junho de 2016    

      🙂
      O ritmo e as ações dos personagens são bem orientais. Não é filosofia oriental, mas é uma passividade dos jovens japoneses que eu não consigo entender. Parece que falta sentimentos na relação. Mas leia, e depois me diga o que achou

  2. Susie Derkins Susie Derkins
    23 de junho de 2016    

    Nossa, ao ler suas impressões sobre “Na pior em Paris” meu coraçãozinho até disparou. *_* Eis um livro que sempre quis parar e apreciar, mas sempre “passou” . Tempos de reflexões profundas…. De se autoconhecer e dar valor ao que realmente vale a pena.

    Sobre o demonologista, eu não gostei. No decorrer do livro me senti enrolada. Senti q não haveria um desfecho a contento. Pareceu um caso em q o autor teve uma boa ideia, mas pela metade. Mas teve uma coisa que me chamou atenção positivamente, foi a descrição da relação com a filha e com a colega…. Me transmitiu um sentimento genuíno de afeto e cumplicidade…

    Adorei o post, Drunk…. Obrigada!

    • 28 de junho de 2016    

      Que bom que adorou o post! É muito bom ver vc de volta ao Drunkwookie!

      Vc deve ler “Na pior em Paris”. é um livro bem reflexivo.
      O que seria de nós, se não refletíssemos sobre a vida, levando em consideração livros?
      Agora quero ler mais livros de Tariq Ali, indicados por vc. Tem alguma indicação?

  3. Danilo Danilo
    27 de junho de 2016    

    Drunk, aonde que eu vejo quem ganhou o sorteio da placa dos Stark?

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