O que esperar de Jessica Jones?

Muito se fala de Jessica Jones nas últimas semanas. Alguns dizem que nunca ouviram falar de tal heroína e muitos juram ser fãs dela desde tempos imemoriais.

Porém, a dúvida que permanece é: Quem é Jessica Jones?

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Entre o desconhecimento total e o fanatismo absoluto ( e recém-fabricado), acredito que há um meio-termo que, se conseguirmos enxergá-lo, é certo que iremos curtir muito a nova série da Netflix.

Todos já ouviram falar de Jessica Jones. Em pequeno ou em minúsculo grau.

É provável que quem acompanhe quadrinhos tenha, em algum momento, ouvido falar dela ou de Safira ou Paladina ou Poderosa (codinomes usado por ela, em algum momento de sua vida de superheroína).

E quem jura conhece-la de longa data, só pode estar se referindo à Era dos Quadrinhos da Marvel Max, ou seja, em 2001.

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Intuito do post

Resolvi fazer esse post por três motivos:

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  1. Eu sou um apaixonado colecionador de quadrinhos e não consigo deixar de falar sobre o assunto;
  2. Quero mostrar ao leitores do Drunkwookie que essa série vale a pena, assim como a do Demolidor;
  3. Tirar essa névoa obscurecente sobre a origem da heroína e dizer: Se você não a conhece, tudo bem. É totalmente normal e aceitável.

Falar de Jessica Jones não é fácil, pois não há muito a ser falado. Então…Por onde começar? Acho que pelos Quadrinhos é sempre a melhor maneira.

Para falar sobre Jessica Jones é necessário falar sobre retcon.

Retcon é um termo usado para designar uma continuidade retroativa. Pensem assim: É quando um roteirista decide inserir na Cronologia de um herói, ou grupo de heróis, um passado que, até então, não existia.

Retcon é a inserção de detalhes a fatos passados.

Às vezes esses detalhes podem ser pequenos, como atribuir uma gravidez à Gwen Stacy na época do ensino médio (Ok. Esse não foi pequeno), ou grande, como a criação de um super-herói com agorafobia e combinada com a força de mil sóis explodindo (como o caso do Sentinela).

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Eu tenho uma certa aversão de retcon por causa da gravidez da Gwen, (que você pode encontrar no arco chamado Pecados Pretéritos), escrito pelo grande J. M. Straczynski e desenhado pelo meu ídolo Mike Deodato.

Porém, adoro o Sentinela e a Jessica Jones. Resumindo: Então, Jessica Jones é um retcon?

Sim. É um retcon muito bem-vindo, em algumas partes é mal desenvolvido, porém bem-vindo.

Jessica Jones

NEW YORK, NY - MARCH 10: Krysten Ritter filming "Jessica Jones" on March 10, 2015 in New York City. (Photo by Steve Sands/GC Images)

NEW YORK, NY – MARCH 10: Krysten Ritter filming “Jessica Jones” on March 10, 2015 in New York City. (Photo by Steve Sands/GC Images)

Brian Michael Bendis é um dos roteiristas que mais admiro. O cara manteve os Vingadores e o Demolidor no auge nos anos 2000. E ainda estava liderando a linha Ultimate e escrevendo Jessica Jones.

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Eu não sei como ele conseguia tempo para escrever, porém, admiro todo o esforço dele dentro da Casa de Ideias.

Em 2001, ele criava a HQ, intitulada ALIAS, que chegou à 28 edições e apresentava Jessica Jones.

Uma garota que estudou no Ensino Médio com Peter Parker e (pasmem) era apaixonada pelo garoto. Só não conseguia falar com ele.

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Ganhou seus poderes em um acidente de carro, que matou toda sua família.  Os superpoderes dela é bem padrão.  Aquele pacote básico:

Super-força, voo, resistência física e mental.

E claro, tudo o que se pode fazer com uma superforça, como por exemplo: um super-pulo, um super-soco e assim vamos.

Ela fez parte dos Vingadores e depois de pouco tempo decidiu abandonar o colant.

Hoje ela atua como detetive particular…

Codinome: Investigação.

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Casos que vão: desde um marido que abandona a esposa ou uma filha que sai de casa após sofrer bullying na escola (ela é chamada de Mutante) ou até descobrir o paradeiro do Rick Jones (Ex-companheiro de Bruce Banner).

Essa abordagem, de uma detetive com poderes é muito bem vinda hoje e foi muito bem vinda em 2001. Você sai do foco dos grandes heróis coloridos e acaba embarcando em mistérios mais simples.

Simples, mas com uma profundidade enorme.

Por isso, vocês perceberão que não são os poderes de Jessica que fazem a diferença na história. Longe disso.

Heroína falível

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O que me fez gostar de Jessica Jones não foi o retcon as vezes mal desenvolvido, nem os poderes padrões dela. O que me surprendeu na personagem foi o seu modo de ver e ganhar a vida.

A Marvel começou a nos mostrar heróis falíveis, heróis que tinham condutas socialmente duvidosas. Na verdade, eram super-humanos que erravam e acertavam e mesmo assim seguiam adiante.

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Eu gosto disso. É o que me atrai no Demolidor. No Cavaleiro da Lua e no Homem-Aranha em uma época que há muito se foi.

Vale a pena ler ou assistir Jessica Jones?

É complicada essa pergunta, porque eu tenho duas respostas.

Para quem é habituado à HQs, eu digo que vale a pena ler. São 28 edições, algumas com ritmos lentos outras com ritmo acelerado.

Porém, vale a pena ver a postura de Jessica frente aos problemas do dia a dia, problemas com a bebida e o sexo casual e vale muito a pena ver o pavor que ela nutre pelo Homem-Púrpura.

Falarei um pouco sobre esse vilão, mais pra frente.

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Porém, se vocês não estão habituados a ler Quadrinhos, não encontrarão um quadrinho de super-herói padrão, se é o que você está procurando. Então, convido vocês a assistirem a série, direto.

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Podem confiar em mim. Venho acompanhando o material divulgado sobre a Jessica Jones e o que vi é bem excitante.

Pelo que vi do trailer, a série condensará tudo o que há de bom nas 28 edições de Alias.

Jessica Jones. Sua série e seu antagonista

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Palavrões, pancadaria, sexo, cigarros e bebida estão sempre presentes na vida dela.

Essa é uma identificação interessante e diferente do que estamos acostumados a ver nos filmes da Marvel e por isso podemos esperar diversas situações que manterão o ritmo da série.

A série tem a possibilidade de desenvolver alguns núcleos de forma mais intensa.

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Jessica Jones foi muito bem construída dentro das suas 28 edições de Quadrinhos, porém o que se desdobrou depois disso no Universo Marvel, não manteve o ritmo.

Fez muito sentido sua ligação com o Demolidor e Luke Cage, por serem heróis da rua, de bairros barra-pesada.

Falando nisso, a relação dela com Luke Cage é bem diferente do convencional o que deixa tudo ainda mais interessante.

Ver Luke nessa série nos dará uma prévia do que esperar da série dele, que também está sendo produzida pela Netflix.

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Netflix, o berço dos heróis não tão bonzinhos

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Não teremos com que se preocupar na série da Netflix. A faixa etária não entrará em conflito, então veremos o que há de melhor na essência da história de nossa heroína.

Se temos Jéssica Jones é porque temos o Homem-Purpura. E se temos o Homem-Purpura é porque temos Jessica Jones.

É algo meio Batman e Coringa.

Um dos arcos de história que mais me diverti e senti medo, foi o arco Purple.

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Vocês não acreditariam até onde o Homem-Púrpura pode chegar…

E quando vi o que ele fez na vida de Jessica Jones, entendi que aquele é um dos piores vilões da Marvel.

Pena que também é mal aproveitado por causa da insistente necessidade de inseri-lo com vilão dos Vingadores.

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A Netflix é um porto seguro para aqueles que gostam de quadrinhos mais sombrios. Quadrinhos com um grau abordagem mais sombrio e complexo.

Eu não quero estragar muito a surpresa da série, que estará amanhã.

Porém, saibam que qualquer pessoa próxima ao Homem-Púrpura tem um desejo irresistível de fazer o que ele pedir.

O mais interessante é que você não é obrigado a fazer o que ele quer. Você não sente-se obrigado, nem hipnotizado, nem sente que seu corpo está sendo controlado.

Simplesmente você faz, por que é o que você mais quer fazer na sua vida. Fazer o que ele pede.

O Homem-Púrpura é um personagem que tem um potencial enorme a ser explorado e ouso dizer que será um vilão que ficará na memória de muitos, por muito tempo.

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Agora saibam que Jessica ficou sob o poder e influência desse crápula por 08 meses.

Esse é o passado de Jessica, essa será a premissa abordada na série. E acho que já dá pra entender o clima da série.

Como tocar a vida de super-heroína após passar por uma experiência dessas? Qual o grau de ódio criado dentro dela? Quais as motivações dele?

As cenas do trailer são arrepiantes. Me lembrei muito do clima sombrio de Cavaleiro das Trevas, com as maquinações do Coringa.

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O ator escolhido para interpretar o Home-Purpura é David Tennant. Sou suspeito por dizer isso pois, ele é meu ator favorito.

O Eterno Doctor Who, o cara que me fez chorar no final de uma temporada.

Eu não duvido da capacidade dele de nos mostrar um fiel e perfeito Homem-Púrpura. Ele fará história, assim como Tom Hiddleston, o Loki.

O que eu espero de Jessica Jones?

Acredito que consegui reunir elementos que façam doces terem curiosidade de ver a série. Porém, o que eu espero especificamente d série?

Espero uma série que apresentará para os espectadores um novo lado da Marvel. Um lado que conheci em 2001 e me fez continuar fã de Quadrinhos. Com 17 anos você quer ser adulto, e essas HQs propiciaram isso. (Adulto dentro de um contexto de colecionador de gibis hahahaha).

Demolidor, Jessica Jones, Luke Cage, Punho de Ferro (ainda aposto nessa série), são apostas adultas da Marvel. Apostas que darão certo, vejam Demolidor.

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O lado adulto e sombrio dos heróis é um lado que existe e deve ser abordado. Existe público para tudo, e porque não dar à uma parcela do público o que eles querem?

Acho que a decisão de séries mais adultas de heróis, funcionam. E com Jessica Jones funcionará ainda mais.

Ela foi criada dentro dessa estética narrativa. Seu personagem foi criado para esse tipo de público. E por ser uma personagem nova, os criadores da série estão livres de amarras, de pré-conceitos, livre de cobranças como “nos quadrinhos era diferente”, “prefiro nos quadrinhos.

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Essa liberdade surpreenderá a todos.

Surpreenderá a pequena parcela que acompanhou Alias, surpreenderá quem acompanhou Jessica nos Vingadores dos últimos anos, e quem nunca ouviu falar (ouviu só um pouco) da heroína.

É claro que terão fãs “das antigas” dizendo que Jessica Jones não é assim. Que ela é diferente. Porém, saibam… Ela não tem mais do que 14 anos de vida “quadrinistica”. Então, ninguém deveria ser tão apegado assim, que não consiga ver sua obra favorita migrada para outra mídia e se surpeender.

Acredito que a Netflix acertou em cheio ao escolher esse nicho de personagens para dar vida nas telas.

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Por que Jessica Jones, Punho de Ferro, Demolidor, Luke Cage (e porque não o Cavaleiro da Lua?) podem ser o que quiserem.

Por nunca estarem sob os holofotes, hoje podem surgir da maneira como quiserem.

E isso é muito excitante. Eu não vejo a hora de assistir essa série.

Podemos ver alguns personagens como a Felina (que está confirmada), gostaria e ver o Tigre ou a Tigresa Branca. Veremos Luke Cage, e quem saber Mark Specter, o Cavaleiro da Lua.

São muito personagens secundários que farão a felicidade dos fãs de quadrinhos, e são muitos os personagens que podem trazer elementos relevantes da trama. Eu espero todos.

E vocês o que esperam?

6 Comentário

  1. Joaquim Joaquim
    19 de novembro de 2015    

    Oi, vi você citando muitas vezes O Cavaleiro da Lua, li coisas na internet a respeito desse herói mas pelo que li não achei grande coisa. Sou leitor do seu blog e compartilho sua opinião em muita coisa que postou, será que tu pode fazer uma matéria sobre tal herói? Para eu entender o motivo de você gostar dele mesmo. Grato por tudo.

    • dwookie dwookie
      22 de novembro de 2015    

      Pode deixar, Joaquim! Farei siM!

  2. Susie Derkins Susie Derkins
    19 de novembro de 2015    

    🙂
    São vários prós, então.
    E ha de se admitir sem ressalvas que a Netflix eh de confiança…
    “Continuação retroativa” foi uma explicaçao eficientemente técnica… Rs … Gostei!

    Acjo que esse tipo de personagem permite uma tensão mais verdadeira na história. O que prende a atenção com ctz. Os dramas morais são mais factíveis…
    Estou bem ansiosa pra ver a história com o homem púrpura e como se sairá o Tennant… <3

    Jurei que voce ia falar alguma coisa sobre o Dana White, mas não rolou!!!

    Ótimo post…

  3. 20 de novembro de 2015    

    Leandro
    – Mike Deodato também é meu ídolo e inspirador de alguns de meus desenhos amadores… o drama em seu traço é simplesmente demais.
    – O Homem Púrpura me lembra muito de um monstro da semana de Arquivo X *vide “O Instigador”. Seria uma boa referência? Chris Carter bebeu dessa fonte???
    No mais estou empolgada com a série e com os planos da Netflix a respeito da união de Demolidor, A.K.A Jessica Jones, Luke Cage e Punho de Ferro, levando-os à minissérie Marvel’s The Defenders.
    Se tudo der certo meus sonhos se realizarão.
    Feliz de falar contigo de novo.
    um beijo no coração
    Fernanda Kbyte
    CDC – Fanáticos por Game of Thrones

    • dwookie dwookie
      22 de novembro de 2015    

      Oi, Fernanda! Muito bom ver você por aqui!
      Um beijo!

  4. 27 de dezembro de 2015    

    Acabei de fechar a série Jessica Jones. Realmente, muito boa! Alguns furos de roteiro, que poderiam ter sido melhores com pouco esforço (como, por exemplo, o fato dos poderes de Kilgrave serem resultado de infecção viral (?!)), mas nada que comprometa o todo da série. Sou fã de quadrinhos desde meus 13 anos e estou hj com 46, então tenho aí uma longa estrada, contudo, nunca havia lido Alias. Esse gibi chegou numa fase em que eu estava em meio a um mestrado e acabei me afastando dos quadrinhos, aliás, desde essa época eu me afastei muito das HQ’s, lendo uma ou outra coisa, por isso acho muito bem vindas séries como a do Demolidor (muito boa tb), Jessica Jones e outras de heróis que acompanhei muito, como o Cavaleiro da Lua, Punhos de Ferro e Luke Cage. Acho que outros heróis podem, também, ser explorados, como o Dr. Estranho, Shang Shi, Manto e Adaga, o próprio Motoqueiro Fantasma, que foi mal explorado nos cinemas, e Jessica Drew, Mulher-Aranha original, com quem cheguei a confundir a Jessica Jones em um primeiro momento, pensando que pudesse se tratar de um retcon dela. Parabéns pelo post.

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