E hoje é dia de mais um post da série “Um pouco de Os Ventos do Inverno”.
Esse segundo capítulo publicado é de Victarion greyjoy.
Dessa vez transcrevi a tradução de uma leitura que G. R. R. Martin fez em um evento.
Há um video no final onde mostra Martin lendo para seus fieis fãs.
Espero que gostem, tanto quanto eu.
A casa Greyjoy é uma das que mais tenho apreço… e Victarion está se saindo cada vez melhor, em busca de sua noiva e de dragões.
Victarion I
A Donzela era uma banheira como navio, tão grande e larga quanto as damas nobres das terras verdes. Seus porões eram enormes e Victarion os encheu com homens armados.
Com ela navegariam e os outros prêmios, menores, que a Frota de Ferro tomou em sua longa viagem para a baia dos Escravos:
Um amontoado de cocas, grandes cocas, naus e galés mercantes, com barcos mercantes aqui e ali ao redor. Era uma frota grande e fraca, prometendo muita lã, e vinhos e outros bens de troca, e pouco perigo.
Victarion Greyjoy deu o comando da frota a Wulfe Uma-Orelha.
– Os mercadores de escravos podem tremer quando virem suas velas subindo do mar – ele disse.
– Mas assim que eles virem a frota toda, eles irão rir de seu temor. Mercadores e pescadores são tudo que eles são. Qualquer homem pode ver isso.
– Deixe que eles cheguem perto quanto desejarem, mas mantenha seus homens escondidos sob o deque até que você esteja pronto. Então chegue perto e os invada. Liberte os escravos e alimente o mar com escravagistas, mas pegue os navios. Vamos precisar de todos os cascos que pudermos para nos levar para casa.
– Casa. Wulfe sorriu – Os homens vão gostar do som disso, Senhor Capitão.
– Os navios primeiro. Depois nós quebramos esses Yunkaitas.
-Sim.
A Vitória de Ferro foi amarrada ao lado da Nobre Dama. Os dois navios presos com correntes e grampos, uma escada colocada entre eles.
A grande coca era muito maior que o navio de guerra e ficara mais alta na água, ao longo da amurada os rostos dos homens de ferro olhavam para baixo, observando Victarion cumprimentar Wulfe Uma-Orelha no ombro e o enviar subindo a escada.
O mar estava calmo e sereno, o céu brilhava com estrelas.
Wulfe ordenou que a escada fosse içada, as correntes retiradas.
O navio de guerra e a coca seguiram caminhos separados.
À distância o resto da frota de Victarion estava levantando as velas. Uma comemoração rasgada subiu da tripulação do Vitoria de Ferro, e foi respondida igualmente pelos homens da Dama Nobre.
Victarion havia dado a Wulfe seus melhores guerreiros.
Invejava-os, eles seriam os primeiros a atacar, os primeiros a ver aquele olhar de medo nos olhos dos inimigos.
Enquanto ele ficava na proa do Vitoria de Ferro observando os navios mercantes de Uma-Orelha desaparecerem um a um a oeste, os rostos dos primeiros inimigos que ele matara voltaram a Victarion Greyjoy.
Ele pensou em seu primeiro navio, sua primeira esposa. Uma inquietação pairava sobre ele, uma fome pela alvorada, e pelas coisas que esse dia traria.
– Morte ou glória, vou beber até saciar-me de ambos hoje.
A cadeira de Pedra do Mar deveria ter sido dele quando Balon morreu, mas seu irmão Euron roubou dele, assim como roubara sua mulher muitos anos antes.
Ele a roubou e a manchou, mas deixou para mim matá-la.
Tudo isso estava feito e no passado agora, pensou.
Victarion teria o que lhe era de direito finalmente.
Eu tenho o berrante, e em breve eu terei a mulher, uma mulher mais bela que a esposa que ele me fez matar.
_Capitão? – a voz pertencia a Longwater Pyke – os remadores aguardam sua vontade.
Três deles. E fortes.
-Envie-os à minha cabine. Quero o sacerdote também.
Os remadores eram todos grandes. Um era um garoto, outro um bruto, e um bastardo de um bastardo.
O garoto esteve remando por menos de um ano, o bruto por vinte. Eles tinham nomes, mas Victarion não os sabia.
Um veio de Lamentação, outro de Gaviãopardal, outro de Beijo de Aranha. Ele não poderia saber o nome de cada servo que usara um remo na Frota de Ferro.
-Mostre-lhes o chifre – ele comandou, quando os três foram conduzidos para sua cabine.
Moqorro trouxe-o para frente, e a mulher escura levantou a lanterna para que eles dessem uma olhada.
À luz inquieta da lanterna, o berrante do inferno parecia se contorcer e girar nas mãos do sacerdote, como uma serpente lutando para escapar.
Moqorro era um homem de tamanho monstruoso, barrigudo, de ombros largos, imponente, mas mesmo em suas mãos o berrante parecia enorme.
– Meu irmão encontrou essa coisa em Valíria, – Victarion disse aos servos. – Pense em quão grande o dragão deve ter surdo, para ter dois desses em sua cabeça.
Maior que Vhagar ou Meraxes. Maior que “Balerion, o Terror negro”. – Ele pegou o chifre de Moqorro e correu a palma da mão ao longo de suas curvas.
– Na Assembleia e Homens livres na Velha Wyk, um dos mudos de Euron soprou esse chifre.
Alguns de vocês lembram. Não era um som que qualquer homem que tenha ouvido irá esquecer algum dia.
– Dizem que ele morreu – disse o garoto. Aquele que soprou o chifre.
-Sim. O berrante estava esfumaçando depois. O mudo tinha bolhas nos lábios e o pássaro tatuado em seu peito estava sangrando. Ele morreu no outro dia. Quando abriu ele, seus pulmões estavam pretos.
– O chifre é amaldiçoado – disse o bastardo do bastardo.
– Chifre de um dragão de Valíria – disse Victarion. – Sim, é amaldiçoado Nunca disse que não era.
Ele passou a mão por uma das faixas vermelho-dourada e os símbolos antigos pareciam cantar sob a ponta de seus dedos.
Por meio instante ele não queria nada além de soprar o chifre ele mesmo. Euron foi um tolo ao me entregar isso. É uma coisa preciosa, e poderosa.
Com isso irei ganhar a Cadeira de Pedra do Mar, e depois o Trono de Ferro. Com isso irei ganhar o mundo.
– Cragorn soprou o chifre três vezes e morreu por isso. Ele era tão grande quanto qualquer um de vocês, e tão forte quanto eu.
– Tão forte que poderia torcer a cabeça de um homem e arrancá-la dos ombros apenas com uma mãos, e ainda assim o chifre o matou.
– Vai nos matar também, então – disse o garoto.
Victarion normalmente não perdoava um servo que o respondesse assim, mas o garoto era jovem, não mais de vinte, e iria morrer logo de qualquer jeito. Ele deixou passar.
– O mudo tocou o berrante três vezes. Vocês três tocarão apenas uma vez. Pode ser que morram. Pode ser que não. Todos os homens morrem.
-A Frota de Ferro está navegando para a batalha.
-Muitos nesse mesmo navio vão morrer antes do pôr-do-sol, apunhalados ou esfaqueados, esganados, afogados, queimados vivos. Apenas os deuses sabem quais de nós continuará aqui na próxima alvorada.
– Toque o chifre e viva e eu farei de você um homem livre, um ou dois ou vocês três. Darei-lhes esposas, um pedaço de terra, um navio para carregar, servos seus. Homens conhecerão seus nomes.
-Até você, Senhor Capitão? – perguntou o bastardo do bastardo.
-Sim.
-Eu o farei então.
– E Eu. – disse o garoto.
O bruto cruzou os braços e concordou.
Se acreditar que tinham uma chance os fazia mais corajosos, deixe que pensem assim.
Victarion não ligava para o que eles acreditavam, eles eram apenas servos.
– Vocês irão comigo no Vitoria de Ferro – ele disse – mas não batalharão.
-Garoto, você é o mais novo, vai soprar o chifre primeiro. Quando a hora chegar você vai soprar longo e alto,. Dizem que você é forte.
Sopre o berrante até que fique fraco demais para continuar de pé, até que o ultimo suspiro saia de você, até seus pulmões estejam queimando.
Deixe que os homens livres o escutem em Meereen, os escravos em Yunkai, os fantasmas em Astapor.
Deixe que os macacos se caguem com o som quando ele chegar à Ilha dos Cedros.
Então passe o chifre ao próximo homem. Está me escutando? Sabe o que fazer?
O Garoto e o bastardo do bastardo alisaram o cabelo. O bruto poderia fazer o mesmo, mas era careca.
– Vocês podem tocar o chifre. Depois vão.
Eles o deixaram um a um, os três servos, e depois Moqorro.
Victarion não o deixaria levar o chifre do inferno.
– Vou ficar com ele aqui comigo, até que seja necessário.
– Ao seu comando, Deseja que eu lhe sangre?
Victarion alcançou a mulher escura pelo pulso e a puxou para perto.
– Ela o fará. Vá rezar para seu deus vermelho. Acenda seu fogo e me diga o que vê.
Os olhos escuros de Moqorro pareciam brilhar.
-Eu vejo dragões.
A importância desse capítulo
Esse capítulo, sem dúvida é o melhor disponibilizado até o momento.
Sou fã da Casa Greyjoy, e o núcleo Victarion e Moqorro é o que mais me empolga.
Vemos que Moqorro está ainda mais próximo de Victarion, e prenuncia dragões em suas chamas.
Victarion está preparando-se para dominar seu dragão, e escolheu três servos para tocar o Berrante.
O próprio Moqorro em A Dança dos Dragões, interpretou o berrante do inferno dizendo que não importava quem tocasse o berrante, e sim que era o dono dele. No caso, o dono é Victarion Greyjoy pois Euron lhe deu o Berrante.
Outro fato que não devemos deixar passar é que Victarion e seus homens estão, cada vez mais, tomando para si barcos de diversos tamanhos pelo caminho.
Eles já estão na baía dos Escravos e logo chegam a Meereen.
Um numero grande de barcos, reforça ainda mais a teoria de que será ele que levará Daenerys de volta a Westeros pelo Mar Fumegante.
Leia aqui a teoria envolvendo Daenerys, Victarion e Moqorro.
E vocês o que esperam de Victarion?
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Não acho que Euron é burro. Ele deu o berrante pro irmão por algum motivo, acho que Victarion tá se iludindo em algum momento, é melhor ele tomar cuidado
Eu já acho que os dois são iludidos se pensam que vão conseguir a Dany. Concordo que Vicatarion é o mais provável de levar Dany de volta para Westeros, mas daí a se casar com ela é um grande passo. E Euron, apesar de ter um motivo, se ilude em pensar que o irmão é totalmente fiel a ele e fará exatamente o que for mandado. Além disso, Quaithe avisa Dany sobre os Greyjoy e diz para ela não confiar neles. E tem também uma hora no quinto livro que o Tyrion pergunta para o Moqorro o que ele vê nas chamas, ao que ele responde que vê as sombras dos que estão atrás de Dany, uma mais que as outras: “Uma coisa alta e deformada, com um olho negro e dez longos braços., velejando num mar de sangue.” (p. 490, edição pocket americana). Acho que essa visão faz referência a Euron, por causa do olho, e acho que ou ele morre, ou o sangue representa o reino de terror que ele imporá ao litoral de Westeros, sendo que acho a primeira hipótese mais provável.
Drunk, ao ler também pensei uma coisa que liga com a sua teoria de que o Tyrion é um bastardo Targaryen. Eles dizem que quem soprou o berrante morreu queimado. Então me fez pensar que somente a pessoa certa é que pode soprara e sair ileso. Bom, sendo Targaryen, Tyrion seria um candidato. Eu sei que os Targaryens não são imunes ao fogo, mas pensei que pode ocorrer novamente uma espécie de magia como a que acordou os dragões de Dany, e acho que o sangue é essencial nesse tipo de magia.
Tyrion um targaryem?? hora faça-me o favor…. o Jon Snow sim é um Targaryem!! Filho da Lianna com o príncipe Aegon, uma teoria que tem surgido pelos fóruns americanos e eu esou completamente de acordo!!!
nao concordo com a teoria tyrion targaryem, por caus dessa fala da senhora genna frey ao seu sobrinho Jaime lannister:
” — Jaime. — disse enquanto lhe beliscava a orelha. — Meu bem, te
conheço desde que era um bebê que mamava no peito de Joanna. Sorri como
Gerion e luta como Tyg, e até tem algo de Kevan; do contrário não levaria
essa capa… Mas o verdadeiro filho de Tywyn é Tyrion, não você. Eu disse
isso a seu pai uma vez, e não voltou a me dirigir a palavra durante quase um
ano. Às vezes, os homens podem chegar a ser tão estúpidos… Até os que
aparecem uma vez a cada mil anos.”
festim dos corvos pag, 604 ( livro digital)
Bem, como a Joana era prima do tywin, o Tyrion mesmo sendo filho do rei louco não tiraria dele o sangue lannister, do mesmo jeito que Jon sendo filho de Rhaegar e Lyanna e não do Ned manteria ainda nele seu lado Stark. Tyrion, Jon e Dany poderiam ser as 3 cabeças do dragão mas isso é só teoria.
Acho que Victarion vai apenas ajudar na guerra ao lado de Daenerys , mas vai fazer alguma coisa muito prejudicial para Daenerys por causa do aviso aviso da Quayte, ainda mais com a pretenção dele de dominar tudo. E acho que quem vai montar os outros dragões vai ser a Arya e o Bran, ja que na capa de tras do quinto livro diz que dois jovens embarcam em missões distintas que podem mudar o Destino da Daenerys, ou seja ou é Aegon, Bran ou Arya(os únicos jovens que tem).